O mercado de trabalho no setor florestal em Santa Catarina

 

Santa Catarina tem importante participação no número nacional de empresas florestais. De acordo com o último levantamento divulgado pela Associação Catarinense de Empresas Florestais (ACR), no ano de 2021 o estado foi responsável por 13% do total, envolvendo 9,4 mil empresas.

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O destaque fica por conta das indústrias de móveis de madeira (39% do total) e do ramo madeireiro (38% do total). Este último grupo inclui serrarias, fabricantes de painéis de madeira e produtos de valor agregado (portas, artefatos, outros).

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As empresas do grupo florestal representam 16% do total e são aquelas que se dedicam a atividades de apoio na silvicultura, colheita florestal, bem como a comercialização de madeira em bruto (lenha/tora/biomassa). O segmento de celulose & papel, apesar da menor participação no número de empresas, também é significante (7% do total envolvendo aproximadamente 600 estabelecimentos).

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Consequentemente, a geração de empregos nos segmentos destacados é um ponto relevante, econômica e socialmente. Ainda de acordo com o levantamento, o total de empregos do setor de base florestal plantada no Brasil, em 2021, foi mais de 664 mil vínculos. A contribuição do estado de Santa Catarina foi de 16% (103 mil empregos), onde a maior participação foi do segmento madeireiro, com 44% do total estadual (45 mil empregos), seguido pelo grupo de móveis de madeira (28%), celulose & papel (21%) e florestal (7%). Os empregos gerados por estes segmentos cresceram a uma taxa de 2,3% a.a. no período entre 2015 e 2021.

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Apesar de números relevantes, a mão de obra qualificada disponível para o setor representa um desafio às empresas que atuam com plantio e colheita florestal e processos com madeira de florestas plantadas. Segundo o presidente da ACR, Jose Mario Ferreira, trata-se de um setor que demanda uma quantidade expressiva de profissionais. “São mais de um milhão de hectares com área plantada e mais de 9 mil empresas relacionadas que representam mais de 100.000 empregos gerados no nosso estado.” Para ele, um dos principais problemas é a falta de interesse pela profissão de engenharia florestal, que já é percebida pela baixa busca nos cursos de graduação. “Tenho conversado com diversos professores de faculdades de engenharia e a maioria diz que há algum tempo somente metade das vagas dos cursos estão sendo preenchidas. Depois, metade desiste até o final do curso. Isso tem causado uma redução dramática, tanto na quantidade quanto na qualidade dos profissionais formados”, explica ele.

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José Mário

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Outro entrave, segundo o presidente da ACR é a falta de interesse do pessoal formado em trabalhar e viver em cidades pequenas e regiões remotas, com estradas de terra e menos infraestrutura. “São lugares e condições comuns do nosso trabalho. Além disso, existe a concorrência pela mão de obra não qualificada. Nosso estado é relativamente pequeno e com taxa de desemprego muito baixa. Algo em torno de 3,2% em 2023, segundo o IBGE. Isso é considerado pleno emprego pela OCDE. Quem vai querer trabalhar no campo se existe emprego de sobra na cidade? Uma das soluções de curto prazo seria facilitar a importação de mão de obra, tanto de outros estados, como de outros países, desburocratizando os processos. A indústria já está fazendo isso. Em médio e longo prazo temos que descobrir uma maneira de atrair novamente o interesse dos jovens para o nosso setor”, conclui Jose Mario.

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By ACR

Imagens: Divulgação

Imagem Principal: Ilustrativa

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Chico Moreira

Consultor e engenheiro florestal.

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Mario Coso

Engenheiro Florestal e Mestre em Administração. Partner na ESG Tech Consulting.