Mercosul: como o pacto impacta as relações comerciais nacionais e estrangeiras

* Por Marcello Carvalho, economista da WIT Invest

  • Quais são os impactos mais imediatos esperados do novo acordo do Mercosul na economia brasileira?

Apesar do acordo ter sido firmado, como tem as diversas necessidades legais e linguísticas, ele ainda não está valendo de fato. Porém, a principal melhora que podemos ver é um volume maior de exportações de produtos brasileiros, sejam da indústria básica, sejam da indústria de transformação, para os países europeus. Da mesma forma, será mais comum ver nas prateleiras das lojas produtos com etiquetas informando a fabricação em algum dos países do bloco europeu, sejam eles Alemanha, Espanha ou até mesmo dos franceses.

  • Quais setores da economia nacional tendem a ser mais beneficiados ou prejudicados com as mudanças previstas?

O Brasil tem muito mais a ganhar do que a perder com o acordo. Setores como o setor agrícola, pecuário e o de metais terão o impacto mais imediato, sendo que eles são os setores que terão mais facilidades ou melhorias de margens da empresa. O setor que poderia ser mais prejudicado seria o de indústria de transformação, visto a competição com países altamente industrializados, como a Alemanha, porém, atualmente o Brasil carece desse tipo de indústria interna, onde já importamos a maioria do que consumimos nesse setor, então será mais benéfico que prejudicial nesse ponto.

  • O acordo pode atrair mais investimentos estrangeiros para o Brasil? Em quais áreas?

Com certeza o acordo atrairá investimentos. Todo investidor que deseje aumentar as exportações dos seus produtos para a Europa irá começar a levar em conta abrir uma fábrica no Brasil para esse fim. Isso nos auxiliará em um desenvolvimento industrial no longo prazo, porém, no curto prazo, os olhos estarão totalmente voltados para as áreas agrícolas brasileiras e o potencial de produção de comida, , algodão, madeira, borracha e demais produtos que são beneficiados pelos solos férteis brasileiros.

  • Como o novo acordo pode afetar o desempenho das exportações brasileiras de commodities, especialmente agrícolas?

Assim que o acordo entrar em vigência, teremos, em primeiro momento, um redirecionamento das vendas para o continente europeu. Podemos até mesmo ter um aumento das exportações, porém esse aumento será singelo. Como as produções agrícolas dependem de tempo para o plantio, crescimento etc., não poderemos aumentar essa oferta tão rapidamente.

  • O Brasil tem vantagem competitiva suficiente para liderar o comércio de commodities dentro do bloco, considerando os outros países membros?

Temos vantagens suficientes para liderar o comércio de diversos commodities, porém, não todos. Existem outros países que detém maiores vantagens competitivas em commodities específicas, como é o caso do cobre, porém, se tratando do segmento agrícola, de ferro, alumínio e de nióbio, o Brasil detém grandes reservas que já são exploradas e possui mão de obra disponível para suprir a demanda de curto prazo. Pensando no longo prazo, como podemos ainda melhorar drasticamente a tecnologia e infraestrutura necessárias para exportação, o Brasil sem sombra de dúvidas liderará o bloco em diversas frentes.

  • O acordo reduz barreiras comerciais significativas? Quais podem ser os efeitos práticos para a exportação de commodities e produtos fabricados?

O acordo reduz uma das principais barreiras utilizadas hoje pelos países, a barreira tarifária. Impostos são uma das principais formas de reduzir a importação ou exportação de um produto ou de um país. O efeito prático será a melhora de margens de lucro para as empresas exportadoras, o que incentivará mais investimentos nelas e mais produção, e a redução do custo para importarmos diversos produtos. Como atualmente as fábricas brasileiras são frágeis no ponto de vista tecnológico quando comparamos aos pares europeus, o acordo também pode incentivar uma compra de maquinários e tecnologias europeias, o que melhoraria a eficiência produtiva brasileira.

Sobre a WIT – Wealth, Investments & Trust
A WIT – Wealth, Investments & Trust – é assessoria, planejamento e execução para cuidar do patrimônio de pessoas, grupos familiares e empresas, de forma integral e sincronizada, apoiada por uma sofisticada estrutura de especialistas e de empresas que atuam de forma independente, porém complementar.

O multi family office atua nas áreas de assessoria de investimentos; fundos exclusivos; câmbio e remessas internacionais; serviços financeiros (principais linhas de crédito) e emissão de dívidas em mercado de capitais; seguros e benefícios; ativos imobiliários e consultoria patrimonial. Atualmente, a empresa está presente em nas capitais de São Paulo e Paraná, em Curitiba, e em cidades do interior paulista: Campinas, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto, São João da Boa Vista, Araçatuba, Votuporanga, Jundiaí e Itu.

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By Agência ERA®

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