Especialista Rafaela Debiasi aponta que implementação dos requisitos da legislação pode gerar custos adicionais
.
O Parlamento Europeu aprovou em 13 de setembro uma nova lei antidesmatamento para a União Europeia (UE), visando controlar a entrada de produtos relacionados à destruição de florestas e violações dos direitos humanos em diversas áreas ao redor do mundo. A nova legislação traz algumas preocupações para os produtores rurais brasileiros.
.
Segundo Rafaela Debiasi, especialista em investimentos para o segmento agro há mais de dez anos, a lei antidesmatamento da UE impactará diretamente as empresas que comercializam ou exportam produtos do agronegócio para a região. “Essa legislação deve impor um sistema de diligência devida em sete cadeias produtivas do agro, incluindo soja, café, carne bovina/couro, cacau/chocolate, madeira/móveis, borracha e óleo de palma. Uma das principais preocupações é o aumento dos custos para os produtores rurais brasileiros”, alerta.
.
De acordo com a especialista, a implementação dos requisitos da legislação pode gerar custos adicionais, o que pode ser especialmente prejudicial para pequenos e médios produtores. “As exportações do agronegócio brasileiro para a União Europeia representam bilhões de dólares em receita. Restrições adicionais e custos podem afetar negativamente essa importante fonte de renda para o Brasil”, explica.
.
A lei antidesmatamento classifica os países com base em critérios como taxa de desmatamento e expansão de terras agricultáveis que, segundo Rafaela, podem não levar em consideração a diferença no nível de desenvolvimento socioeconômico entre os países, o que gera preocupações sobre a equidade. “O ideal seria a criação de um sistema de benchmarking para classificar os países de origem dos produtos em baixo, médio e alto risco de desmatamento. Isso pode criar uma preferência por produtos de países de baixo risco e não considerar as diferenças nas práticas agrícolas e de sustentabilidade”, avalia.
.
Para Rafaela, a lei tem uma abordagem mais punitiva do que cooperativa, pois em vez de reconhecer práticas sustentáveis já em vigor no Brasil, ela foca em penalidades e restrições. “Embora a questão da sustentabilidade seja importante, a implementação dessas medidas sem considerar o contexto brasileiro pode ter impactos adversos. Os custos adicionais para produtores, a classificação de países e a falta de reconhecimento das práticas sustentáveis já existentes são preocupações que precisam ser abordadas de maneira equilibrada e cooperativa”, conclui.
.
Sobre Rafaela Debiasi
.
Rafaela Debiasi possui vasta experiência no mercado financeiro. Graduada em administração pela Universidade La Salle, Rafaela também possui MBA em Gestão de Pessoas e Liderança, bem como MBA em Gestão de Investimentos. Com mais de uma década de atuação no mercado financeiro, ela ocupa atualmente posição de liderança nas áreas de segmento PF, PJ e AGRO, além da área de investimentos na cooperativa Ouro Verde – MT.
.
Sua paixão pelos negócios e sua origem e vivência como filha de produtores rurais deram a ela uma perspectiva única e uma compreensão profunda do setor agrícola. Essa experiência abriu as portas para ser comentarista do agronegócio e de investimentos, sendo uma palestrante e mediadora reconhecida no Centro-Oeste brasileiro.
.
Para mais informações entre em contato pelo e-mail [email protected], Instagram ou pelo Linkedin.
.
By Carolina Lara
Imagem: Divulgação
.
————————
Somos o Grupo Multimídia, editora e agência de publicidade especializada em conteúdos da cadeia produtiva da madeira e móveis, desde 1998. Informações, artigos e conteúdos de empresas e entidades não exprimem nossa opinião. Envie informações, fotos, vídeos, novidades, lançamentos, denúncias e reclamações para nossa equipe através do e-mail [email protected]. Se preferir, entre em contato pelo whats app (11) 9 9511.5824 ou (41) 3235.5015.
Conheça outros de nossos canais do setor: