
Usado contra infecções e como repelente de insetos, a extração do óleo da semente da andiroba é uma opção de manejo sustentável. Produtividade da semente foi comprovada pelos pesquisadores durante monitoramento de 10 meses na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá.
Contra infecções, para cicatrização ou como repelente de insetos, a andiroba é conhecida na Amazônia pelo uso medicinal do óleo extraído de sua semente. Agora, a produtividade da andiroba foi comprovada em uma pesquisa desenvolvida na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, no Amazonas. Em quase dez meses de monitoramento, foram coletadas mais de 11 mil sementes, número que os pesquisadores consideram expressivo. Do total, 84,5% estavam sadias e em boas condições para extração do óleo.
“É importante saber a produtividade de um andirobal para estimar a produção de óleo e o período de maior produção de sementes, porque é uma estratégia de manejo”, explicou a engenheira florestal Emanuelle Pinto, do Instituto Mamirauá.
Ela ressalta que, na pesquisa, também foram coletadas informações sobre a ecologia da área, como animais que se alimentam das sementes de andiroba. “Quando se planeja manejar algum recurso natural para produzir, é interessante pensar ecologicamente também. Uma estratégia de manejo para as andirobeiras é pensar que a produção deve ser reservada para alimentação dos animais nos períodos de menor produtividade.”
Os meses de maior produtividade da andiroba foram abril, maio e junho, período mais chuvoso na região. As sementes foram coletadas a cada 15 dias com a participação de bolsistas contratados pelo projeto, que são jovens das comunidades ribeirinhas da região. Para a coleta, foram instaladas redes abaixo da copa das árvores. A estratégia foi desenvolvida como uma alternativa para o período da cheia, em que as sementes se dispersam pela floresta inundada.
O monitoramento será realizado por mais um ano. Os pesquisadores iniciaram, em 2017, uma nova etapa do monitoramento, com foco na avaliação da viabilidade econômica da comercialização do óleo de andiroba no município de Tefé (AM). Nas comunidades contempladas pela pesquisa, o óleo da semente de andiroba é usado para fins medicinais e não é comercializado pelas famílias.
Neste ano, também serão realizados testes de uma máquina para extração do óleo, que está sendo desenvolvida por técnicos do Instituto Mamirauá para facilitar o trabalho.
Por Imprensa MCTIC