Algumas estratégias ajudam a reduzir a sobrecarga e melhorar o bem-estar nas empresas
A síndrome de burnout é uma condição provocada pelo excesso de trabalho. Seus sintomas são variados, e um dos mais comuns envolve o esgotamento mental, que compromete a rotina e o bem-estar do indivíduo.
O Brasil, inclusive, é considerado o país com maior incidência do distúrbio no Ocidente. De acordo com a International Stress Management Association (ISMA), 32% dos profissionais brasileiros convivem com a síndrome.
Isso equivale a mais de 60 milhões de pessoas. Além de representar um problema de saúde pública, o burnout também exige atenção por parte das empresas, que podem adotar práticas para reverter esse cenário no ambiente corporativo.
Síndrome impacta diretamente a saúde mental dos brasileiros
Reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma doença ocupacional, a síndrome de burnout está diretamente relacionada ao trabalho, embora também seja observada em estudantes.
Os sintomas mais comuns incluem cansaço mental, dor de cabeça, insônia e falta de apetite. Há também o surgimento de sentimentos negativos, como insegurança, sensação de fracasso e inutilidade.
O burnout pode ainda afetar o funcionamento de outros sistemas do corpo, como o cardiovascular, provocando alterações na pressão arterial e nos batimentos cardíacos. Além disso, existem relatos de doenças gastrointestinais.
Outro desafio é que muitos profissionais não buscam ajuda especializada, acreditando que os sintomas são passageiros ou sem conseguir relacioná-los entre si. A saúde mental, aliás, continua sendo um tabu em muitas organizações, que nem sempre tratam com seriedade os relatos dos colaboradores.
Somente em 2023, 421 profissionais foram afastados do trabalho no Brasil por burnout, maior número registrado nos últimos dez anos.
Consequências também atingem as empresas
Além de colocar a saúde dos funcionários em risco, o burnout afeta diretamente o desempenho das empresas.
Um dos efeitos é o aumento da rotatividade. O Brasil, inclusive, lidera o ranking global nesse indicador. A troca frequente de colaboradores pode ser natural até certo ponto, mas se torna prejudicial quando acontece em excesso.
Funcionários insatisfeitos tendem a deixar seus cargos mais rapidamente. Além disso, quando a equipe enfrenta sintomas de esgotamento, a produtividade e a qualidade das entregas podem cair.
O que o RH pode fazer para enfrentar o problema
Dentro das empresas, o setor de Recursos Humanos (RH) exerce um papel essencial ao definir estratégias sobre como prevenir o burnout no ambiente de trabalho.
Afinal, cabe a esse departamento buscar soluções que promovam um ambiente de trabalho mais saudável e satisfatório. Entre as ações que podem ser implementadas, estão:
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Estabelecer rotinas flexíveis: permitir que os colaboradores organizem sua rotina de trabalho com maior autonomia, respeitando prazos e entregas, ajuda a reduzir a sobrecarga e melhora o engajamento.
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Incentivar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional: respeitar os períodos de descanso, promover pausas fora do expediente e estimular hábitos saudáveis contribuem para preservar o bem-estar dos colaboradores.
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Oferecer oportunidades de capacitação: treinamentos e cursos ajudam a desenvolver novas habilidades, geram estímulos intelectuais e ampliam as perspectivas de crescimento, mantendo os profissionais motivados.
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Criar programas de apoio à saúde mental: disponibilizar atendimento psicológico, rodas de conversa e acesso a especialistas mostra que a empresa valoriza o bem-estar das equipes.
A adoção dessas estratégias favorece um ambiente de trabalho mais equilibrado. Assim, funcionários mais satisfeitos e saudáveis tendem a apresentar melhor desempenho, contribuindo para resultados mais consistentes.
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