Diante de desafios como a elevação da taxa de juros e falta de mão de obra, a industrialização, a tecnologia e as práticas sustentáveis surgem como respostas estratégicas ao setor, levando maior eficiência e redução de custos
Ao celebrar os bons números de 2024 e a expectativa de crescimento para 2025, a indústria da construção civil se prepara para o cenário que se desenha com transformações impulsionadas pela elevação das taxas de juros, a escassez de mão de obra qualificada, a reforma tributária e os impactos das mudanças climáticas.
Segundo a Sondagem Indústria da Construção, divulgada no final de janeiro pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), as taxas de juros elevadas são o principal problema enfrentado pelo setor, impactando o acesso ao crédito e a lucratividade das empresas. A falta de mão de obra e o alto custo do trabalhador qualificado ficaram em segundo lugar. “A Sondagem da Indústria da Construção mostra uma queda no nível de atividade e no número de empregados, na passagem de novembro para dezembro de 2024, isso é comum de acontecer em todos os anos e pode ser explicado pelas condições climáticas, pois uma maior quantidade de chuvas afeta o nível de atividade do setor”, afirmou Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI.
Ele acrescenta que os juros altos condicionam tanto o lançamento de novas unidades, como a própria demanda. “As pessoas precisam financiar suas compras nessa indústria da construção civil, por isso a elevação da taxa de juros se tornou o principal problema enfrentado pelo setor no último trimestre de 2024”,diz. Azevedo cita, ainda, o impacto da Selic elevada nos dados do Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), divulgado pela CNI em janeiro de 2025. “O índice ficou abaixo dos 50 pontos, resultado que está muito ligado à elevação da taxa de juros que aconteceu no final de 2024 e na possibilidade de continuar subindo. Isso contaminou bastante as expectativas e a própria avaliação das condições correntes da economia brasileira, derrubando a confiança dos empresários”, conclui.
A Reforma Tributária, ainda em transição, é outro desafio que a construção civil vai enfrentar neste ano. Apesar de prometer a simplificação do sistema, vai exigir adaptações por parte do setor, já que a unificação de tributos pode impactar os custos operacionais e a competitividade das empresas. As discussões giram em torno da redução da alíquota geral, que atualmente é de 26,5%. O setor defende um redutor de 60% para manter a neutralidade tributária, enquanto uma proposta de 40% pode elevar custos. Por outro lado, a equalização dos tributos entre construção industrializada e convencional é vista como um avanço que deve incentivar a industrialização.
Entre os pontos favoráveis que calçaram as expectativas positivas para 2025 está o mercado imobiliário que segue aquecido, impulsionado pelo programa Minha Casa Minha Vida, importante protagonista em 2024 e que deve se manter neste ano. Na infraestrutura, o setor privado deve liderar os investimentos, enquanto a participação pública pode diminuir. O crescimento do PIB da construção civil é estimado em 3% para 2025, com destaque para o desempenho das construtoras formais.
Nesse contexto de ameaças e oportunidades, a industrialização, as práticas sustentáveis e o investimento em novas tecnologias como a inteligência artificial emergem como soluções para superar os desafios e garantir crescimento no setor que buscará equilibrar inovação e resiliência, adaptando-se a um futuro que exige eficiência, responsabilidade ambiental e soluções tecnológicas integradas.
Como resposta à escassez de mão de obra na construção civil e à necessidade de maior eficiência produtiva, a industrialização ganha força por atrair mais trabalhadores. Métodos como a construção modular e offsite permitem redução de custos, prazos e desperdícios, além de maior controle de qualidade.
Os especialistas do setor também apontam a sustentabilidade e práticas verdes como uma tendência irreversível, com foco na redução das emissões de carbono e no uso de materiais ecológicos. As certificações como LEED e AQUA ganham destaque.
A inteligência artificial (IA) chega com mais força em 2025 para revolucionar a construção civil, otimizando desde o planejamento até a execução das obras. Algoritmos de IA ajudam a prever custos, cronogramas e riscos, enquanto equipamentos autônomos aumentam a segurança e a eficiência nos canteiros de obra. A integração de IA com dados meteorológicos também permite ajustes dinâmicos nos cronogramas, reduzindo paralisações por conta dos eventos do clima.
By PSQ-PME
Foto: Divulgação
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