
Especialização e know how técnico são diferenciais
A entrada em operação da nova fábrica de celulose da Klabin, na cidade de Ortigueira (PR), em março do ano passado, colocará o Brasil, ao lado de Canadá e China, na disputa pela vice-liderança mundial em volume de produção de celulose, atrás apenas dos Estados Unidos. Outra obra importante que posicionará o país na dianteira desta competição é o Projeto Horizonte 2, que envolve a ampliação da fábrica da Fibria, maior produtora de celulose de eucalipto do mundo, no município de Três Lagoas (MS). Iniciada em junho de 2015, a entrada em operação da segunda linha de produção de celulose da empresa está prevista para o início do quarto trimestre deste ano. Os investimentos das empresas desta área se justificam quando observamos as expectativas do segmento para os próximos anos. Até 2030 está previsto o plantio de 12 milhões de hectares de florestas no país, com custo estimado de R$ 52 bilhões.
Diante deste cenário, várias construtoras têm se especializando neste mercado. A Afonso França Engenharia, por exemplo, vem realizando pesados investimentos através da estruturação de uma célula específica para atender este setor que é muito exigente e possui requisitos de segurança e qualidade de padrão internacional. “As barreiras de entrada são grandes, sendo impossível ganhar uma obra para depois se estruturar. São anos de investimento em pessoas e processos, até que se conquiste uma primeira obra neste mercado que é sazonal e extremamente seletivo”, explica Estevam França, sócio-diretor da empresa.
Hoje a empresa vem colhendo os frutos e se orgulha de ter feito esse pesado investimento, que lhe permitiram ser uma das poucas construtoras a se consolidar num curto intervalo de tempo nesse segmento. Em pouco mais de três anos, a empresa realizou mais de R$ 300 milhões em negócios. “A nossa capacidade de apresentar respostas rápidas às demandas do cliente é um dos nossos grandes diferenciais e isso nos permitiu participar da construção de uma das maiores fábricas de celulose do mundo, entre 2014 e 2016, na cidade de Ortigueira (PR). A Unidade Puma, nova fábrica de celulose da Klabin – uma das empresas líderes do segmento de papel e celulose no país – tem área construída equivalente a 200 campos de futebol”, ressalta o sócio-diretor da Afonso França.
Quando observamos as projeções de investimento das companhias produtoras de papel e celulose para os próximos anos a estratégia da construtora se mostra acertada. Segundo dados da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), instituição que representa 60 empresas e nove entidades estaduais, as expectativas de investimentos das companhias do setor, de 2016 a 2020, para o ramo de Celulose será de mais de 39 bilhões; e para a área de Papel de R$ 1,9 bilhão. Estevam França explica que este é um ramo que está em expansão. “Hoje, as obras no setor de papel e celulose representam 30% do nosso faturamento, mas estimamos que nos próximos anos esse número deva ser mais significativo”, pondera o executivo.
O diretor de Engenharia da Afonso França, Arthur Camillo, responsável pela área de papel e celulose na empresa, explica, contudo, que para ingressar neste segmento as companhias devem desenvolver um know how técnico que as qualifique para atuar neste ramo da construção. “Na Afonso França, por exemplo, criamos e temos ampliado a célula que trabalha com foco exclusivo em papel e celulose por meio da contratação de especialistas com expressivo conhecimento e vivência neste segmento, além do desenvolvimento de processos sob medida para atuar no setor. Essa unidade conta com cerca de 50 profissionais permanentes e a expectativa é que tenha um crescimento de mais 25% até 2018”, comenta o diretor.
A área mencionada pelo executivo foi a responsável pela coordenação das interações realizadas pela empresa no Projeto Puma, da Klabin. Na obra, a companhia realizou a construção do forno de cal, sala de controle, deposito de químicos e planta de clorato de sódio. Este escopo do projeto sob responsabilidade da empresa utilizou um total de 35 mil m³ de concreto e empregou em torno de 10% da mão de obra total do empreendimento.
Já no Projeto Horizonte 2 da Fibria, segundo Arthur Camillo, a Afonso França executou 40 mil m³ de concreto, uma intervenção muito significativa em relação ao total de obras civis.
Camillo explica, por fim, que só é possível ter sucesso em empreendimentos desta magnitude se a empresa possuir uma equipe altamente qualificada, que atue com total autonomia, sem perder o foco no planejamento traçado e que respeite processos. Além disso, o clima organizacional é fundamental para que a equipe fique entrosada e sinta-se apoiada corporativamente.
Sobre a Afonso França
Com 25 anos de existência, a Afonso França atua em diversos ramos da construção civil em todo o território nacional, sendo especialista nos segmentos Hospitalar, Industrial, Papel e Celulose, Data Center, Comercial e Institucional.
Por Cristiane Felix