Foco no cliente, eficiência operacional, visão de longo prazo e melhoria contínua são pilares que vêm ganhando força com a adaptação de conceitos tradicionais do Japão à realidade brasileira
Em tempos de alta competitividade e instabilidade econômica, muitos executivos buscam inspiração em modelos internacionais de sucesso para enfrentar os desafios do mercado brasileiro. Um dos mais consistentes é o modelo japonês de gestão, reconhecido globalmente por sua eficiência, disciplina e capacidade de adaptação. Empresas como a YANMAR, fabricante de máquinas e soluções compactas para diversos setores da indústria brasileira, que há mais de um século aplica esses princípios no Japão, vêm transpondo esses aprendizados para o Brasil — com resultados que vão além do desempenho financeiro e impactam diretamente a cultura corporativa, a experiência do cliente e a inovação.
Para compartilhar aprendizados que podem inspirar outras organizações, a empresa lista abaixo cinco pilares do modelo japonês de gestão que estão contribuindo para a performance e resiliência de seus negócios no Brasil:
- Foco no cliente: mais do que atender, é compreender
Na cultura japonesa, a satisfação do cliente não é tratada como um diferencial, mas como uma obrigação natural de qualquer empresa. Isso se reflete em práticas minuciosas de escuta ativa e customização de soluções. No Brasil, a YANMAR adaptou esse princípio investindo fortemente na aproximação com revendas e consumidores finais, por meio de programas internos estruturados para ouvir as necessidades do campo, da indústria, da construção e do mar, seus setores de atuação.
“Nosso objetivo é identificar com precisão o que o cliente realmente precisa — muitas vezes, antes mesmo de ele perceber a demanda. Essa abordagem nos permite entregar valor real e construir relações mais sólidas e duradouras”, afirma Wagner Santaniello, gerente de Inovação e Marketing da YANMAR South America.
Essa escuta ativa, segundo ele, é o ponto de partida para toda a cadeia de melhorias e inovações. “A fidelização nasce da atenção constante, da solução rápida de problemas e do compromisso genuíno com o sucesso do cliente”, complementa.
- Kaizen: melhoria contínua como cultura de base
No Japão, o conceito de Kaizen — melhoria constante e incremental — não se limita a grandes reformulações. Pelo contrário: valoriza ajustes diários, que, ao longo do tempo, geram transformações robustas. A prática está enraizada no grupo YANMAR e, no Brasil, é fortalecida com a implementação do YPS (YANMAR Production System), inspirado nos sistemas japoneses de produção enxuta.
“O Kaizen exige disciplina, envolvimento coletivo e olhar crítico para todos os processos, inclusive os que já estão funcionando. Na YANMAR, incorporamos essas análises contínuas nas rotinas da fábrica e no relacionamento com os clientes”, explica o porta-voz. “A escuta da equipe, por exemplo, é um instrumento valioso para identificar gargalos e testar novas soluções”.
- Soluções compactas: menos espaço, mais eficiência
A filosofia japonesa de soluções compactas nasceu da escassez de espaço no arquipélago e se traduziu em equipamentos menores, versáteis e altamente eficientes. No Brasil, essa mentalidade tem se mostrado estratégica especialmente em áreas rurais pequenas, obras urbanas com espaço limitado, embarcações de pequeno porte e sistemas descentralizados de geração de energia.
“As máquinas compactas oferecem não apenas economia de espaço, mas também mobilidade, baixo custo operacional e mais facilidade de manutenção. Isso amplia o acesso à tecnologia para pequenos e médios negócios, muitas vezes marginalizados pelas soluções tradicionais”, afirma Santaniello.
O executivo ainda destaca a versatilidade cruzada como diferencial: “Temos miniescavadeiras atuando no campo, pequenos tratores na indústria e geradores em locais remotos. O foco está na necessidade do cliente, e não na rigidez do uso original do equipamento.”
Além disso, soluções mais enxutas tendem a consumir menos energia, reduzindo impactos ambientais e operacionais — ponto cada vez mais valorizado em um Brasil pressionado por questões climáticas e de infraestrutura.
- Pós-venda e relacionamento: lealdade construída no detalhe
A cultura japonesa considera que o relacionamento com o cliente só começa de fato após a venda. Esse pensamento se reflete em práticas detalhistas de suporte técnico e acompanhamento contínuo. No Brasil, a empresa estruturou sua área de pós-venda com atendimento dividido por linhas de produto e uma ampla rede de concessionárias.
“Nosso time de pós-venda atua com agilidade, escutando o campo e promovendo visitas técnicas com o projeto Magokoro, que significa ‘sinceridade’ em japonês. É uma forma de agradecer ao cliente e entender, in loco, como podemos melhorar ainda mais”, explica.
A coleta sistemática de feedback — por meio de pesquisas e relatórios — retroalimenta os setores de engenharia e qualidade, resultando em produtos mais alinhados às necessidades reais. “Esse cuidado cria confiança. E confiança, num mercado volátil, vale mais do que qualquer desconto”, completa.
- Visão de longo prazo: estratégia que atravessa crises
Enquanto muitas empresas ainda operam com foco em trimestres e lucros imediatos, o modelo japonês valoriza o planejamento estratégico com horizonte de anos. No Brasil, isso tem se traduzido em investimentos sustentáveis e relações comerciais de longo prazo.
“Temos revendas e fornecedores que estão conosco há mais de 30 anos. Essa longevidade não é fruto de acaso, mas de uma política de confiança mútua e previsibilidade nos negócios”, relata o executivo. “A cultura japonesa nos ensina que, para crescer de forma sólida, é preciso resistir à tentação dos atalhos e construir sobre alicerces bem definidos”.
Ao manter investimentos em infraestrutura, capacitação e inovação mesmo durante períodos de retração, empresas que seguem essa lógica se tornam mais resilientes a ciclos econômicos adversos.
Mais do que um modelo de gestão, a filosofia empresarial japonesa representa uma visão de mundo. No Brasil, sua aplicação cuidadosa e adaptada ao contexto local pode ajudar empresas a criar operações mais eficientes, relacionamentos mais humanos e estratégias mais duradouras. E embora os resultados possam levar tempo para aparecer, a recompensa é perene: uma marca confiável, uma equipe engajada e um legado empresarial sólido.
Sobre a YANMAR
Fundada em 1912, em Osaka, Japão, a YANMAR foi a primeira empresa no mundo a fabricar um motor a diesel compacto para uso prático, em 1933. No Brasil, a marca atua há mais de 65 anos e tem sede em Indaiatuba, no interior do estado de São Paulo.
Como pioneira na indústria de motores diesel, a marca é uma inovadora mundial quando se trata de equipamentos e motores industriais, máquinas agrícolas, equipamentos de construção, sistemas de energia e motores marítimos.
Pelo pioneirismo da tecnologia líder mundial, a YANMAR tem seis centros de pesquisa em todo o mundo e está presente nos cinco continentes – em mais de 20 países, acumulando 50 unidades e mais de 20.000 funcionários. No Brasil, a marca conta com quatro unidades de negócios e mais de 400 revendedores autorizados. Somente em Indaiatuba, a empresa emprega diretamente mais de 300 pessoas.
Ao longo de sua história, a marca realiza e investe em estudos para desenvolver soluções tecnológicas integradas aos seus equipamentos, visando contribuir para a construção de um futuro para toda a sociedade, tendo sempre o bem-estar social e ambiental como compromisso.
By NR7
Foto: Divulgalção