Indústria brasileira vê na terceirização uma saída para manter competitividade

Automação, parcerias produtivas e logística regionalizada ganham força em um momento de pressão por eficiência

A indústria brasileira enfrenta uma série de entraves estruturais que desafiam sua competitividade, produtividade e crescimento sustentável. Em segmentos como papel e celulose, onde a margem entre eficiência e desperdício é estreita, gargalos relacionados à mão de obra, custos operacionais e logística têm levado grandes companhias a repensarem seus modelos produtivos, inclusive por meio de parcerias com fornecedores estratégicos.

Um dos principais desafios está na escassez de mão de obra qualificada. Embora o setor industrial represente cerca de 20% do PIB brasileiro, segundo dados da CNI, há um descompasso entre a demanda por profissionais com habilidades técnicas específicas e a oferta disponível no mercado. Relatório do SENAI aponta que o Brasil precisará de 9,6 milhões de profissionais técnicos em 2025, especialmente em áreas ligadas à automação industrial, controle de qualidade e manutenção de equipamentos.

Para contornar esse cenário, empresas têm investido em automação têm conseguido driblar esse gargalo. Além da tecnologia, outro movimento que ganha tração no setor é a terceirização de etapas industriais para parceiros regionais, capazes de acelerar a produção sem comprometer os padrões técnicos exigidos. Um exemplo desse modelo é a Ripz, que produz mais de 50 toneladas/mês de papel tissue para outros players do segmento.

“Nossa estrutura é altamente automatizada, o que nos permite operar com precisão, mesmo diante da escassez de mão de obra técnica, e entregar grandes volumes com custos operacionais bastante competitivos. Isso tem atraído empresas que precisam terceirizar parte da produção sem perder o padrão de qualidade”, explica Rafael Rieper, diretor executivo da Ripz,

Além da redução de custos e do ganho logístico, o modelo de produção compartilhada oferece flexibilidade e permite que grandes companhias concentrem esforços em inovação, branding e canais de distribuição, deixando a manufatura nas mãos de quem tem expertise e estrutura para entregar com excelência.

 

By P+G
Foto: André Valentim

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Chico Moreira

Consultor e engenheiro florestal.

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Mario Coso

Engenheiro Florestal e Mestre em Administração. Partner na ESG Tech Consulting.