96% das empresas têm inovação no planejamento estratégico, mas só 56% têm processos estruturados

Estudo realizado pela PALAS mostra abismo entre a teoria e a prática

Expectativa versus realidade. Uma pesquisa realizada pela consultoria PALAS, pioneira na implementação da ISO de inovação, revela que as empresas querem inovar, mas ainda falta governança para gerar resultados efetivos. A maior prova é a de que 96% afirmam ter inovação como foco do planejamento estratégico, enquanto apenas 56% têm processos estruturados para inovar. Uma contradição que revela a falta de preparo.

O estudo incluiu 198 empresas – sendo 38% de grande porte (com faturamento acima de R$ 300 milhões/ano), 35% de porte médio (entre R$ 4,8% e R$ 300 milhões) e 28% pequenas (até R$ 4,8 milhões) – de segmentos diversos, como alimentos e bebidas, automotivas, construção civil, mineração, energia, metalurgia, farmacêuticas, entre outras. São 66% do setor de serviços, 28% da indústria e 6% do comércio. Entre os respondentes, 20% ocupam cargos de CEO, VP ou fundador; 19% são gerentes, 18% coordenadores e 11% diretores. Cerca de 89% das empresas são privadas.

Os números chamam atenção por mostrar um verdadeiro descompasso entre o que as empresas almejam e o que realmente são capazes de executar. Apenas 74% possuem objetivos definidos e 71% interagem com ecossistemas de inovação, como startups, hubs e universidades. Uma política de inovação só é possível ser encontrada em 52% das empresas.

Embora 79% afirmem ter uma liderança comprometida com o tema, apenas 52% oferecem treinamentos a fim de desenvolver essa competência de forma contínua. Enquanto 72% afirmam terem pessoas totalmente dedicadas à inovação, só 54% têm papéis e responsabilidades definidos. “Isso demonstra o quanto as empresas desejam, mas ainda estão despreparadas para inovar”, pontua Alexandre Pierro, sócio fundador da PALAS.

Quando o assunto são recursos financeiros, os números são ainda mais comprometedores. Só 55% têm um orçamento definido para a inovação. O mesmo percentual tem indicadores capazes de mostrar se a empresa está no caminho certo ou precisa de ajustes de rota. E, apenas 57% têm um plano estruturado para desbravar novas oportunidades de negócios. Cerca de 55% não fazem uso de recursos de fomento como busca por financiamentos e restituição fiscal via Lei do Bem.

Segundo Pierro, isso explica por que passado o hype da inovação durante a pandemia, muitas empresas estão desmantelando a área simplesmente porque não conseguiram obter resultados. “Sem processos, é impossível transformar ideias em geração de valor. Inovação precisa de método, estrutura e, temos colhido grandes resultados com a ISO 56001”, enfatiza.

Esta metodologia internacional foi publicada depois de 11 anos de estudos para se chegar a um consenso entre 164 países membro da ISO, organização sem fins lucrativos sediada em Genebra, na Suíça, que figura como uma das maiores escolas de negócios do mundo, com mais de 180 normas de gestão. Pierro foi um dos brasileiros que participou da formatação da ISO 56001 e é o profissional responsável por 17 implementações no país, em empresas como Grupo Boticário, Atento, CPFL, Copel, Eneva, State Grid Brazil, Messer Gases, OEC e tantas outras.

A consultoria aplica um diagnóstico antes da implementação e o repete logo depois. A diferença é notável e imediata. Em média, o entendimento sobre o que é inovação, metas, processos, objetivos, indicadores, ferramentas e programas de ideias triplicou em todos os níveis hierárquicos. A compreensão destes temas e a sua estruturação para atendê-los saltou de 35% para 87% entre membros do nível estratégico, de 29% para 90% no tático e de 32% para 88% no operacional.

Como resultado prático, uma das empresas viu a participação da inovação saltar de 2,5% para 9% no faturamento anual logo no primeiro ano após a implementação da ISO de inovação. Cinco anos depois, este indicador chegou a 17%, o que representa algo em torno de R$ 500 milhões por ano, que a empresa simplesmente não faturaria se não tivesse um plano estruturado para inovar. “Isso é uma prova inequívoca de que inovação precisa de método. Temos visto muitas empresas investirem tempo e dinheiro em uma área que só consegue fazer invenção. Para ter inovação é preciso gerar mais receitas e reduzir despesas”, finaliza Pierro.

Saiba mais sobre a ISO de inovação:

www.isodeinovacao.com.br

A ISO de inovação é uma metodologia internacional de governança para a inovação que vem sendo adotada por empresas de todos os portes e segmentos ao redor de todo o mundo. Estima-se que mais de 600 companhias já adotaram o modelo, sendo 17 apenas no Brasil. Há casos de indústrias, serviços e até empresas públicas.

 

By InformaMídia
Foto: Divulgação

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Consultor e engenheiro florestal.

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Engenheiro Florestal e Mestre em Administração. Partner na ESG Tech Consulting.