Em sua segunda edição, evento trouxe informações e tendências sobre o mercado de embalagens em papel e papelão ondulado. Com cerca de 400 participantes e palestrantes do Brasil e Alemanha
Uma produtiva manhã de troca de conhecimentos entre profissionais do setor de embalagem de papel, marcou o dia 30 de junho, em evento organizado em conjunto por Empapel, Ibá e Two Sides. Com um horizonte no tema “Ampliando os usos da embalagem de papel”, palestrantes do Brasil e da Europa, apresentaram um rico conteúdo sobre a sustentabilidade e tecnologia presentes no segmento.
O webinar contou com cerca de 400 participantes de países como Argentina, Bolívia, Brasil Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Equador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Peru, Paraguai, República Dominicana, Venezuela, Uruguai, USA, Portugal, Alemanha e Espanha.
Na abertura do evento, Eduardo Brasil, diretor-executivo da Empapel comentou que os fabricantes estão sendo demandados para criar produtos que possam substituir outros materiais de embalagens por soluções mais alinhadas com a sustentabilidade. Ele também mostrou dados relevantes sobre o setor. “Para se ter uma ideia, 100% do papel fabricado a partir de fibra virgem no Brasil vem de árvores cultivadas para esse fim e 70% das embalagens de papelão ondulado brasileiro são produzidas com fibras recicladas”, comentou o diretor-executivo da associação.
O Embaixador José Carlos da Fonseca Jr., diretor-executivo da Ibá, disse que nos dias de hoje a descarbonização já não é mais uma opção, mas uma necessidade urgente. Ele destacou que é preciso o empenho de todos para deixar um planeta habitável para as próximas gerações. “Não haverá futuro, se não houver um consumidor responsável. E não haverá consumidor responsável, se não provermos itens verdadeiramente sustentáveis.”, lembrou José Carlos.
Fabio Mortara, presidente de Two Sides lembrou que precisamos buscar formas mais sustentáveis de produzir, transportar, consumir e dispor as embalagens de papel. “Por isso buscamos promover produtos de fontes renováveis que sejam recicláveis e biodegradáveis, como o papel, o cartão e o papelão. O papel é uma poderosa e eficaz forma de embalar”, afirmou Mortara.
Susanne Haase, alemã, diretora da Aliança 4evergreen, abriu as palestras, diretamente de um evento da indústria de embalagens de papel na Alemanha. Ela contou ao público a experiência da iniciativa europeia. De acordo com ela, a taxa de reciclagem de embalagens de papel na Europa é bastante alta, 82% e a meta é chegar a 90%, até 2030. Os resultados dos fluxos de trabalho vêm de uma colaboração intersetorial entre vários segmentos da indústria envolvidos no ciclo de embalagem à base de fibra. Outro ponto mencionado pela especialista foi a criação de um protocolo de avaliação de reciclabilidade.
Na sequência, a mediadora do evento, Sônia Araripe, jornalista especializada em ESG/Sustentabilidade, atualmente editora da revista Plurale, comentou que a extração de recursos naturais mais do que triplicou em 50 anos, afetando seriamente o meio ambiente. Pesquisas revelam que se nada for feito, até 2050 poderá faltar água, combustível e alimento para a população mundial.
Araripe apresentou o caráter favorável das embalagens de papel, cartão e papelão, por conta de sua matéria-prima, a celulose, ser obtida no Brasil exclusivamente de árvores cultivadas, tratando-se de um recurso renovável que ajuda a sequestrar carbono da atmosfera.
Após a abertura da palestra internacional, cada um dos patrocinadores teve dez minutos para apresentar seus cases aos expectadores. Diego Garcia, gerente de Marketing de Ibema abriu os cases, como o projeto Naturale, produto lançado pela empresa no ano passado; seguido por André de Marco, Gerente de Desenvolvimento de Novos Produtos, de Klabin, que mostrou dados do mercado de papel cartão, entre outras soluções para o mercado de papel para embalagem como Eukaliner, Ekoflex e Ekomix.
Cynthia Wolgien, diretora de comunicação e sustentabilidade da WestRock apresentou dados de economia circular, explicações sobre a fibra natural, soluções desenvolvidas pela empresa para atender o mercado de frutas e pães, soluções em automação, além do frete colaborativo, que minimiza impactos ambientais. Já Christian Alonso Króes, Gerente de Produto e Assistência Técnica, da Papirus, trouxe a questão da política de reciclagem do setor, apresentando dados de avanço da legislação para esse mercado, além de contar sobre a parceria com o projeto Polen, que gera créditos de reciclagem e estimula o desenvolvimento da infraestrutura de logística reversa.
Alexandre de Lima, gerente de sustentabilidade do iFood, apontou o caminho trilhado pela empresa em busca de maior sustentabilidade, em que as embalagens de papel se mostram como uma solução estratégica. Alexandre assumiu há 3 anos, antes mesmo da pandemia, a agenda de ESG da iFood. A empresa criou alguns projetos nesse período como o iFood Regenera, com missão de zerar poluição na entrega, o iFood Inclui, com compromisso de diversidade e o iFood Decola com abordagem em Educação. Até 2025, a empresa quer chegar a embalagens 100% de origem renovável, com o papel como a melhor alternativa.
O webinar foi finalizado com a apresentação de Erich Schaitza, chefe-geral da Embrapa Florestas, que abordou o avanço da nanocelulose para aumentar a reciclabilidade e biodegradabilidade das embalagens de papel. Ele destacou as duas possibilidades de uso como a celulose microfibrilada, e a celulose nanocristalina. Ele contou sobre o grupo de pesquisas e desenvolvimento de produtos em parceria com a indústria. E fez também um questionamento importante sobre o Brasil ser líder em reciclagem e que país queremos ser: “o da produção de tecnologia ou se vamos comprar tecnologia?”
O evento, foi transmitido via plataforma zoom, com tradução simultânea para o inglês e espanhol, para um público de decisores de compras, designers, professores, estudantes e público geral de toda a América Latina e contou com com uma rede importante de apoiadores como: ABAF, ABHIPEC, ABIEA, ABIGRAF, ABRO, ABTCP, ACOTEPAC, AFCP, AGUDI, AIGP, ALADI, ANAP, ANDIGRAF, ANDIPA, APS, ASIMPRES, ASOINGRAF, CONLATINGRAF, EL PAPEL, EMBALAGEM E MARCA, EMBANEWS, FSC, LA PRENSA, PROPMARK, PEFC-Chile, SINPACEL, SINPAPEL, SINPASUL e SINPESC.
Sobre a Empapel
A Empapel, Associação Brasileira de Embalagens em Papel, surge no lugar da Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO), que desde 1974 representou o setor. A entidade tem como missão ser reconhecida como uma associação que transforma o diferencial ambiental das embalagens de papel.
A Empapel quer promover uma ampliação de mercado e de oportunidades de negócios para os seus associados, além de alcançar protagonismo em soluções para embalagem. A ideia é trabalhar todo o potencial do insumo em um cenário em que os consumidores estão cada vez comprometidos com a economia circular — conceito que promove novas maneiras de produzir e consumir, que gerem recursos à longo prazo.
Há muito trabalho pela frente, como ponto de partida, a entidade acompanha o setor de perto, com boletins analíticos produzidos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Com este trabalho é possível identificar as necessidades do mercado, além de diferentes oportunidades de investimentos e negócios.
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Sobre a Ibá
A Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) é a associação responsável pela representação institucional da cadeia produtiva de árvores plantadas, do campo à indústria, junto a seus principais públicos de interesse. Lançada em abril de 2014, representa 48 empresas e 10 entidades estaduais de produtos originários do cultivo de árvores plantadas – painéis de madeira, pisos laminados, celulose, papel, florestas energéticas e biomassa -, além dos produtores independentes de árvores plantadas e investidores institucionais.
Sobre Two Sides
Organização global, sem fins lucrativos, criada na Europa em 2008 por membros das indústrias de base florestal, celulose, papel, cartão e comunicação impressa. Two Sides, a mais importante iniciativa do setor, promove a produção e o uso conscientes do papel, da impressão e das embalagens de papel, bem como esclarece equívocos comuns sobre os impactos ambientais da utilização desses recursos. Papel, papelcartão e papelão são provenientes de florestas cultivadas e gerenciadas de forma sustentável. Além disso, são recicláveis e biodegradáveis.
By Roberta Vieira
Imagem: divulgação
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