Os dados de abril revelaram uma melhora adicional na saúde do setor industrial brasileiro, com a conquista de novos trabalhos permitindo que as empresas continuassem a aumentar a produção e a criar empregos. Contudo, a desaceleração foi tão abrangente quanto esta expansão. Foram observadas taxas mais brandas de aumento para as quantidades de novos pedidos, os volumes de produção e de exportações, e os níveis de compra e de empregos. Em relação às medidas de preços, as tendências variaram. A inflação de custo de insumos atingiu um recorde de alta de quatro meses, enquanto que os preços de fábrica cresceram ao ritmo mais fraco desde outubro do ano passado.
Ao registrar 52,3 em abril, o Índice Gerente de Compras™ (PMI® ) IHS Markit para o Brasil, sazonalmente ajustado, mostrou a nona melhoria consecutiva nas condições operacionais no setor como um todo. Porém, o número básico caiu em relação ao valor de 53,4 observado em março, registrando um recorde de baixa de três meses e destacando uma perda no ritmo de crescimento.
O volume de novos pedidos, o maior subcomponente do PMI, expandiu-se ao ritmo mais fraco desde janeiro. As evidências sugeriram que a recuperação constante nas vendas refletiu a diversificação de produtos e a melhora da demanda, mas que o crescimento foi contido pelas condições difíceis de mercado e pelo elevado nível de desemprego.
O aumento no total das vendas foi sustentado por uma melhoria na demanda dos mercados externos. De fato, abril mostrou uma recuperação sustentada no volume de novos pedidos para exportação, com a depreciação do real ajudando a expansão.
Um aspecto negativo do enfraquecimento da moeda foi o aumento nas pressões inflacionárias, com os materiais importados se tornando mais caros para os fabricantes brasileiros. Além disso, no mercado interno, houve menções a aumentos nas contas de energia e de seguros. O aumento nos preços de insumos foi o mais acentuado em quatro meses. De modo oposto, a taxa de inflação de preços de venda se atenuou atingindo o seu ponto mais fraco desde outubro do ano passado, com as decisões de algumas empresas de repassar aos clientes as cargas de custo mais elevadas sendo parcialmente compensadas por descontos oferecidos em outras negociações devido a pressões competitivas.
As quantidades de compras aumentaram solidamente, embora em menor proporção do que em março. Ao mesmo tempo, a escassez de matérias-primas junto aos fornecedores levou a atrasos na entrega e, como resultado, a um declínio adicional nos estoques de insumos.
De uma maneira encorajadora, os fabricantes brasileiros aumentaram a produção pelo décimo quarto mês consecutivo em abril. Apesar de ter sido sólido, o ritmo de expansão atenuou-se atingindo o seu ponto mais fraco desde outubro do ano passado. Alguns desses produtos foram mantidos em estoques, como foi destacado pelo primeiro aumento nas quantidades de produtos acabados em quase três anos e meio.
Analisando as expectativas para o futuro, os produtores de mercadorias se mostraram bastante otimistas, e esperam que a produção se expanda nos próximos doze meses. As expectativas de estabilidade política, planos de investimento e oportunidades para exportação sustentaram o sentimento positivo.
Veículo: Investimentos e Notícias
Imagem: @fanjianhua