O objetivo do CFC é apoiar projetos em commodities que ajudem a criar emprego, aumentar a renda familiar, reduzir a pobreza e melhorar a segurança alimentar, para que os benefícios atinjam a todos da cadeia produtiva nas regiões mais carentes dos países membros
A exemplo de diversas organizações internacionais, públicas e privadas, o Conselho Consultivo do Fundo Comum de Commodities (CFC) da ONU não parou. Os procedimentos internos e externos de análise para aprovação de novos projetos e monitoramento dos projetos em curso – que beneficiam 540 mil pessoas em vários países, abrangendo cultivo em 50 mil novos hectares – permanecem praticamente no mesmo nível operacional.
A 66a reunião do CFC, que completou 30 anos de atuação no final de 2019, acontece na próxima semana, entres os dias 29 de junho e 02 de julho, via teleconferência. A reunião será presidida pelo economista e empresário baiano Wilson Andrade, também diretor executivo da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF). Wilson Andrade é membro do CFC desde janeiro de 2017, por indicação do Ministério da Agricultura (MAPA), do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e entidades nacionais da agroindústria como Federação das Indústrias da Bahia (FIEB), Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (FAEB) e Associação Comercial da Bahia (ACB). Após cumprir dois anos de contribuição como membro, foi eleito para presidir o conselho em 2019/2020.
“Assim, o CFC, com os devidos cuidados com seus clientes e equipe gerencial e diretiva, continua atuando para cumprir seu principal objetivo que é cuidar para que os benefícios do desenvolvimento das commodities cheguem a todos, notadamente aqueles mais necessitados que são os pequenos produtores nas mais longínquas regiões dos países menos desenvolvidos”, explica Andrade.
A reunião será em quatro dias com a participação da equipe técnica (de Amsterdam, sede do CFC) e dos nove membros do CFC que estarão em seus países de origem (Brasil, China, Rússia, Índia, Burundi, Malásia, Argentina, Gana e Alemanha). Serão analisados, para aprovação, nove projetos com investimentos totais de US$ 27 milhões, com possível aporte do CFC de US$ 12 milhões. Os nove projetos, selecionados entre os 70 apresentados no último edital, serão implantados no Brasil, Quênia, Zâmbia, Burundi, Bangladesh, Benin e Colômbia.
As commodities beneficiadas são: cacau, quinoa, artesanato com fibras naturais, milho, frutas, macadâmia, canola, abacaxi e cacau. Há um projeto do Oeste da Bahia selecionado para análise, para produção de quinoa, no valor total de US$ 3 milhões que requer financiamento de US$ 1,5 milhão do CFC.
O CFC apoia o desenvolvimento de commodities financiando projetos com amplo impacto social e econômico, sem descuidar dos aspectos ambientais. O objetivo é a verticalização das cadeias produtivas nas áreas de produção visando que a maior parte da renda permaneça com os produtores rurais de cada produto, em cada país. A priorização de projeto pelo CFC leva em consideração os 17 ODS da ONU, em especial: 01 – redução da pobreza; 02 – fome zero; 05 – igualdade de gêneros; 08 – trabalho decente e 10 – redução de iniquidades.
A cada seis meses o CFC divulga nova chamada de propostas de todo o mundo (empresas pequenas e grandes, cooperativas, associações de produtores, agências de desenvolvimento etc.) oferecendo empréstimos, investimentos acionários e até mesmo, em casos especiais, recursos não reembolsáveis. Nova chamada de proposta foi lançada e está com prazo para apresentação de projetos até 15 de outubro de 2020. Disponível no site do CFC: https://www.common-fund.org/call-for-proposals/.
Considerando que os efeitos da pandemia afetam produtores em todo o mundo, o presente edital contemplará projetos especiais de ações com commodities para enfrentamento da crise. Os aportes variam de US$ 300 mil a US$ 2 milhões para empréstimos e/ou investimento acionário nos projetos e de até US$ 120 mil para recursos não reembolsáveis.
Wilson Andrade tem destacado a oportunidade dos recursos e experiências em projetos que podem interessar aos baianos, com possíveis de apoio do CFC nas áreas de madeira, cacau, café, sisal, leite, frutos, verduras, piaçava, amêndoas, pescado etc. Em 2019 foram aprovados projetos para a Bahia nas áreas de citrus, umbu e cogumelo nas regiões de Juazeiro, Vitória da Conquista e Litoral Norte.
“As oportunidades de recursos internacionais para apoiar projetos que tenham impacto positivo nas áreas sociais, ambientais e econômicas são imensas e, até então, pouco demandadas pelos baianos. A Bahia e o Brasil precisam se internacionalizar mais e este esforço tem que ser conjunto entre o Governo e a iniciativa privada. E não apenas pela possibilidade de financiamento do Fundo, mas pelas oportunidades com outras fontes da ONU e de países-membros. Podemos levar a possíveis interessados as demandas do nosso agronegócio – o setor que mais ajuda o Brasil a crescer”, disse Andrade.
O CFC é formado por 104 países-membros com a missão de apoiar o desenvolvimento econômico, social e ambiental, através de incentivos a commodities em todo o mundo. O CC é composto por nove especialistas eleitos pelos países-membros e tem a função de definir prioridades para o Fundo, analisar, aprovar e acompanhar projetos que lhe são apresentados.
WILSON ANDRADE – Presidente do Conselho Superior da Associação Comercial da Bahia (ACB), Diretor da Federação das Indústrias da Bahia (FIEB), Conselheiro do Serviço Social da Indústria (SESI), Presidente do Conselho Consultivo (CC) do Fundo Comum de Commodities (CFC) das Nações Unidas (ONU), Cônsul Honorário da Finlândia e Diretor Executivo da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF).
Por Yara Vasku_Abaf
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