
Região possui grande potencial florestal e conta com comunidades tradicionais no processo de implantação. Santarém, Belterra e Aveiro farão parte da floresta.
Uma reunião entre o Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e a Rede Iberoamericana de Bosques Modelo (RIBAM) debateram em Santarém no oeste do Pará, a proposta de criação da primeira Floresta Modelo da Amazônia nos municípios de Santarém, Belterra e Aveiro. De acordo com o SFB, a região possui grande potencial, pois é um território com predominância florestal em que as ações relacionadas com a governança local priorizam a participação das comunidades locais.

Mapa mostra a localização da Floresta Modelo (Foto: Serviço Florestal Brasileiro/Divulgação)
Segundo a Rede Internacional de Florestas Modelo (RIBAM), as Florestas Modelo são uma plataforma que combina as necessidades sociais, culturais e econômicas das comunidades locais, com a sustentabilidade de grandes paisagens em longo prazo, em que a área florestal desempenha um papel importante. Trata-se de uma iniciativa voluntária, conformada por uma ampla base que envolve o uso da terra dentro de uma área em específico.
As Florestas Modelo buscam o desenvolvimento sustentável de uma paisagem ou território onde a floresta desempenha um papel importante. Por isso, contribuem para redução de pobreza, valorização dos produtos não madeiráveis e busca de alternativas de renda para toda a população, aliados à conservação dos recursos naturais. Atualmente, o número de Bosques Modelo passa a ser 59, distribuídos em 14 países da América, Ásia, África e Europa, contemplando mais de 31 milhões de hectares.
Atualmente, existem no Brasil apenas três Florestas Modelos, sendo duas localizadas no estado de Minas Gerais, Mosaico Sertão Veredas-Peruaçu e Floresta Modelo da Mata Atlântica e o Bosque Modelo de Caçador em Santa Catarina, cujo processo de criação foi liderado pela Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa)
Gestão Voluntária
A gestão funciona em forma de associação voluntária, cada floresta modelo adota a estrutura que melhor se adapte às suas características. Os membros elaboram de forma conjunta um plano estratégico aonde se define a missão, visão, objetivos e linhas estratégicas que serão executadas pela coordenação e a equipe técnica de acordo com os seus planos operativos anuais.
Existem várias modalidades de financiamento para as Florestas Modelo que vão desde o apoio governamental e a contribuição de organizações sociais até a gestão e implementação de projetos que respondem aos interesses comuns das partes ou atores vinculados às Florestas Modelo.
Por Ana Carolina Maia, G1 Santarém
Floresta Nacional do Tapajós fará parte da Floresta Modelo (Foto: Adonias Silva/G1)