Equipamento é testado com sucesso na polinização de árvores de pinus
A utilização de drones nas atividades agrícolas e florestais é algo que cresce a cada dia. No início eles ajudavam o monitoramento das áreas. Através de imagens geradas com muito mais facilidade que em um voo de avião ou helicóptero, é possível avaliar o desenvolvimento de uma plantação ou planejar o plantio ou a colheita. Recentemente, os drones vêm sendo utilizados como uma ferramenta ainda mais ativa do processo.
Em novembro do ano passado, a empresa alemã Volocopter anunciou um projeto ambicioso, em parceria com a norte americana John Deere. O objetivo é construir um drone capaz de realizar pulverização em larga escala e de maneira autônoma. O protótipo criado possui 18 hélices e motor elétrico com autonomia para 30 minutos de voo. A máquina é capaz de transportar até 200 quilogramas de produto.
Outra parceria, que também envolve o desenvolvimento de drones, é entre a americana Dropcopter e a brasileira Kolecti Recursos Florestais. Em outubro de 2019, a Kolecti trouxe para o Brasil uma equipe de profissionais e um drone da Dropcoter, específico para polinização em árvores frutíferas. Este drone já é utilizado com sucesso em plantações de maçãs e outras frutas nos Estados Unidos. O resultado é tão positivo que a Dropcopter venceu um importante concurso de startups, que premia projetos inovadores na produção de alimentos. Com o uso de drones a empresa potencializa a produção de alimentos, em quantidade e qualidade, ao otimizar a etapa de polinização em árvores frutíferas.
Polinização com drones no Brasil
No Brasil, as demonstrações aconteceram na Estação Experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), em Caçador. Produtores de maçãs de São Joaquim e de outros municípios da Região Serrana do estado participaram de um dia de campo e demonstrações da polinização com o auxílio do drone em macieiras. Com o mapa e as coordenadas da área a ser polinizada, é possível montar o plano de voo e ter resultados muito melhores do que a polinização tradicional, através do vento e das abelhas.
Alguns processos estão sendo adaptados e ajustados junto com a Kolecti para que possam também atender segmentos da silvicultura. As duas empresas pretendem utilizar o mesmo procedimento para fazer a polinização do pinus. De acordo com o diretor da Kolecti, Julio César Soznoski, a polinização com drone é um complemento aos serviços de polinização controlada que eles já têm como uma das especialidades. “Tivemos este intercâmbio tecnológico com nossos parceiros americanos e acreditamos que isso possa ser muito positivo para a silvicultura”, explica o engenheiro florestal.
Nos dias seguintes à demonstração nas macieiras da Estação Experimental da Epagri, em Caçador, a equipe da Kolecti e Dropcopter realizou dois testes para polinizar árvores de pinus. O primeiro foi em uma área na Região de Três Barras e o segundo na Região de Telêmaco Borba, no Paraná. Em ambos, os participantes ficaram empolgados com os resultados e com a possiblidade de potencializar a etapa de polinização.
A polinização controlada destaca-se dentro da Kolecti como um dos principais serviços para o melhoramento do Pinus taeda. Este método é muito importante e faz parte do programa de melhoramento florestal de empresas que têm a silvicultura como etapa primordial do negócio. A polinização controlada permite a escolha das melhores árvores como progenitoras e a realização de cruzamentos específicos. O processo gera genótipos superiores, que maximizam ganhos na produtividade e na qualidade da matéria-prima. “É muito importante entender a fenologia de cada matriz para o sucesso da operação”, reforça o diretor da Kolecti. “É com grande satisfação que anunciamos nossa parceria com a Dropcopter”, conclui Julio César.
Por Estações Comunicação
Imagens: Divulgação