O Brasil é um País gigante. As atividades florestais são proporcionais ao seu território. Por isso, é de suma importância conhecer de forma mais profunda os dados do setor. São com estas informações que podemos torná-lo mais produtivo e competitivo. Entender as demandas para direcionar os negócios, e o mais importante: manter a cadeia produtiva da madeira forte. São por estas questões que a Abaf – Associação Baiana das Empresas de Base Florestal lança seu mais novo relatório: Bahia Florestal 2019 (base de dados 2018).Confira abaixo a síntese:
O estado possui 657 mil hectares (ha) de plantações florestais, com expressiva presença de plantios de eucalipto (94% do total), o que coloca a Bahia em 4º lugar no ranking nacional de cultivo com a espécie. As associadas da ABAF detêm 528 mil ha de florestas plantadas, o que corresponde ao expressivo percentual de 85% do total estadual, corroborando com a amplitude de atuação da associação.
As condições edafoclimáticas favoráveis juntamente com os investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) florestal, especialmente nas áreas de silvicultura e manejo refletem nos altos níveis de produtividade das florestas plantadas no estado. Na Bahia, onde atuam importantes players do setor, os níveis de produtividade médios das florestas de eucalipto ultrapassam os 30 m³/ha.ano. Em alguns casos os incrementos superam 40 m³/ha.ano, o que confirma o desenvolvimento tecnológico da silvicultura local, que é tratada como benchmarking internacional.
No que se refere à certificação, o estado possui 744 mil ha de áreas certificadas (entre florestas de produção e remanescentes florestais nativos). As cerificações são voluntárias e reconhecidas pelo Forest StewardshipCouncil (FSC) e pelo Programa de Certificação Florestal Brasileira (CERFLOR). A maioria das áreas certificadas (mais de 99%) pertence a seis empresas associadas da ABAF, juntamente com seus fomentados e parceiros. Mais de 65% das áreas de florestas plantadas no estado pelas empresas estão certificadas por algum dos selos (FSC e/ou CERFLOR).
A indústria de base florestal estadual pode ser considerada diversificada, estando ativas 636 empresas. São empresas que atuam na indústria celulose e papel (papel, papelão, celulose de fibra curta, celulose solúvel/especial, entre outros), na indústria de madeira sólida (madeira serrada, madeira tratada, móveis de madeira etc) e na indústria de material energético (carvão vegetal biomassa/pellets e resíduos da atividade florestal).
O estado da Bahia possui relevância nacional no quesito de produção de madeira em tora de floresta plantada. Em 2017 o estado produziu aproximadamente 16 milhões de m³ madeira, o que representou 7% da produção nacional. Do total, quase 13 milhões de m³ foi destinado à indústria de C&P (88%), que é o principal segmento consumidor do estado. Esse segmento, em 2018, no estado da Bahia produziu mais de 3,3 milhões de toneladas de celulose, representando 15% do total produzido no país. Esse produto tem grande importância na pauta das exportações do setor florestal brasileiro.
Considerando a cadeia produtiva do setor florestal-industrial na Bahia, o Produto Interno Bruto (PIB) atingiu R$ 14,2 bilhões em 2018. O setor contribuiu com mais de 5% do PIB estadual, no mesmo ano. Estima-se que a arrecadação tributária do setor foi superior a R$ 4 bilhões em 2018, o equivalente a 4,3% do total arrecadado na Bahia.
O setor tem sido historicamente um dos principais da economia baiana. Em 2018, foi o primeiro, responsável por 18,4% do total das exportações do estado. Os produtos da sua cadeia produtiva somaram mais de US$ 1,62 bilhão nas exportações, contribuindo de maneira significativa no saldo positivo da balança comercial.
Esse mesmo setor recebeu investimentos da ordem de R$ 728 milhões em 2018, 16% a mais do que em 2017. A maioria desse montante (90%) foi direcionada à reforma, implantação e manutenção dos plantios florestais, o que expressa a preocupação setorial quanto à qualidade de seus ativos florestais, principal fonte de suprimento de madeira em tora para atender as demandas industriais. As empresas associadas da ABAF estimam que, para o período entre 2019 e 2024, serão investidos mais de R$ 2 bilhões no setor de base florestal.
Outro indicador de relevância do setor de base florestal no estado é o contingente de mão de obra (direto e indireto) e a geração de renda. Em 2018, o contingente setorial alcançou 234,5 mil empregos, cerca de 8% do total nacional florestal.
No que diz respeito às florestas de proteção e conservação, estima-se que no estado existam entre 400 a 500 mil ha de florestas nativas destinadas à preservação ambiental. Deste total, as associadas da ABAF contribuem com 380 mil ha, o que representa 87% do total. Em resumo, o setor tem mais de 0,7 ha preservado para cada ha de produção.
Paralelamente, a ABAF e outros atores locais e estaduais atuam na promoção de atividades socioambientais com destaque ao Programa Ambiente Florestal Sustentável (PAFS) que vem trabalhando temas relativos à educação ambiental em comunidades rurais: Uso Múltiplo da Floresta Plantada; Regulamentação Ambiental das Propriedades Rurais (Código Florestal/ CAR/ Cefir); Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (iLPF)/Plano ABC; Preservação dos Recursos Hídricos; Prevenção e Controle de Incêndios Florestais; Controle de Gado nas Áreas de Preservação; Combate ao Carvão Ilegal; e Programa Fitossanitário de Pragas.
Associados: Aiba, Aspex, Assosil, Bracell, Caravelas Florestas, ERB, Ferbasa, Floryl, JSL, Komatsu, Ponsse, Proden, Sineflor, Suzano, Veracel e 2Tree.
Informações: ABAF
Por Redação Madeira Total
Imagem: Ilustração