Os Serviços Ecossistêmicos, e a biodiversidade entre eles, são uma série de benefícios que a natureza nos oferece. E quem maneja a floresta de forma responsável garante a conservação deles para todos nós. Há dois anos, o FSC lançou um novo procedimento que fornece aos proprietários florestais, pequenos produtores e comunidades, ferramentas para medir e verificar seus impactos positivos sobre estes benefícios.
No Brasil, duas organizações já utilizam o procedimento FSC para demonstrar seus impactos positivos na conservação da biodiversidade. Em 2019, a primeira organização brasileira a receber o reconhecimento foi a Amazonbai, uma cooperativa de produtores agroextrativistas do Bailique, um arquipélago a 150 km de Macapá, no Amapá, que produz açaí. Depois, foi a vez da Veracel, empresa produtora de celulose, a primeira do setor de florestas plantadas a obter tal êxito.
Ambas demostraram – e agora comunicam mais facilmente – os impactos positivos que suas operações têm na proteção de centenas de espécies animais e vegetais em suas áreas produtivas. No Bailique, por exemplo, o manejo dos açaizais assegura a manutenção da cobertura florestal e, assim, a preservação da diversidade de espécies da região. No caso da Veracel, foram consideradas 25 espécies de mamíferos de médio e grande porte, 229 espécies de aves e 242 espécies de flora (inclusive espécies da lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza- IUCN) existentes na área.
Foto: Casa da Floresta – Onças-Pardas
No mundo, já existem 30 declarações de Serviços Ecossistêmicos FSC®, abrangendo uma área de quase um milhão de hectares, sendo 18 para conservação da biodiversidade. “As organizações certificadas já produzem impactos positivos, mas antes era mais difícil comprovar e comunicar estes impactos”, diz Daniela Vilela, diretora executiva do FSC® Brasil. “Como, cada vez mais, os critérios ESG têm guiado investimentos com foco em sustentabilidade, ou seja, consultores financeiros, bancos e fundos de investimento avaliam empresas de acordo com seu desempenho nas áreas ambientais, sociais e de governança, medir, comprovar e comunicar esses impactos tornou-se muito importante”.
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Quando se fala em práticas de manejo florestal sustentável em florestas naturais, isso abarca todo o processo, desde o georreferenciamento das propriedades e o inventário das árvores com valor comercial, até o mapeamento do relevo, da hidrografia, população local e outros atributos de alto valor de conservação. Isso permite escolher com cuidado o melhor lugar para abrir trilhas, pátios e estradas que causem o mínimo de impacto possível e reduzam o tráfego de máquinas. Com o tempo e até o próximo ciclo de corte, a floresta se regenera totalmente e conserva os serviços ecossistêmicos, não apenas biodiversidade, mas manutenção de carbono, água e solo. No caso de florestas plantadas, existe o cuidado com o planejamento das estradas e dos talhões, visando manter a conectividade e o mosaico de florestas naturais, além dos monitoramentos de fauna, flora, recursos hídricos, dentre outros.
Foto: Casa da Floresta – Catitu
E as datas como o Dia da Biodiversidade, criadas pela ONU, tem como propósito trazer reflexão, valorização e atitudes responsáveis. Hoje é mais do que comprovado que é possível conciliar as necessidades humanas com as necessidades da natureza. O futuro de ambos, meio ambiente e seres humanos, depende dessa relação de cooperação.
Por Fernanda Gomes
Imagem: Divulgação
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