Entidades demonstram como o setor e seus produtos são fundamentais para a crise atual
A Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF) está encaminhado uma carta para os prefeitos e presidentes das Câmara de Vereadores das cidades onde suas associadas têm operação florestal e/ou industrial, além de outras autoridades locais. O documento segue diretrizes da representante nacional do setor, a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), que enviou carta semelhante aos governadores de todo o País e todos os ministros do Governo Federal.
“O intuito é dialogar com as autoridades, demonstrar solidariedade neste momento e garantir que não falte produto de necessidade básica ao consumidor final. A indústria está em contato constante com o varejo para entender e atender à demanda. E, claro, as empresas estão colocando em planos de ação para cuidar da saúde de colaboradores e familiares”, afirmou Paulo Hartung, presidente da Ibá.
“No atual contexto de combate à propagação do novo coronavírus, todos nós devemos estar conscientes das atitudes individuais e coletivas necessárias para minimizar o impacto dessa crise e seus desdobramentos sociais e econômicos. Queremos ainda deixar claro o comprometimento do setor de árvores cultivadas em contribuir com a saúde pública do Brasil, especialmente neste momento”, declarou Wilson Andrade, diretor executivo da ABAF.
O setor de base florestal vem seguindo as orientações dos órgãos de saúde, obedecendo rigorosamente os protocolos de segurança, com o investimento sistemático na prevenção do avanço da COVID19 em suas áreas, de modo a cuidar da saúde de seus colaboradores. Além disso, a preocupação do setor é com o cuidado com toda a comunidade onde suas associadas e parceiros estão inseridos. As empresas estão ajustando a produção para atender os produtos mais demandados e fazendo doações para hospitais e governos, como caixas para transporte de álcool em gel e papéis sanitários.
Nos documentos, as entidades expressam compreensão com as medidas adotadas para conter o avanço do COVID-19 e solicita que as autoridades levem em consideração a importância do setor de base florestal, fabricante de celulose e de papel para embalagens, papéis para fins sanitários, entre outros.
Com atuação em mais de 1000 municípios e fábricas e áreas florestais espalhadas em quase todos os estados brasileiros, o setor é fonte de mais de 5 mil produtos, alguns fundamentais para o dia a dia de todos, inclusive alguns para proteger os profissionais de saúde e outros que têm sido foco dos consumidores neste momento de crise, como os papéis para fins sanitários (papel higiênico, fraldas infantis e geriátricas, lenços umedecidos, papel toalha, detergente, entre outros).
Em hospitais, a celulose e a celulose solúvel são matérias-primas de máscaras cirúrgicas, vestimentas, colchões, entre outros. Papéis de imprimir e escrever são importantes para receituários, formulários etc. Até em equipamentos médicos que usam aço, o setor está presente com o carvão vegetal.
As embalagens ganham destaque, garantindo que itens essenciais como alimentos, remédios e produtos de limpeza cheguem até as residências. As caixinhas do tradicional longa vida dão segurança e durabilidade para alimentos essenciais, como leite, suco e até feijão. Sem as embalagens de papel nada chega até você, inclusive pelo delivery, como sacos de papel que transportam sua comida, ou pelas compras online nas caixas de papelão.
As entidades reforçaram o apelo para que as autoridades considerem o valor dos produtos da indústria de árvores plantadas para a sociedade, de modo que medidas a serem tomadas, mesmo que bem intencionadas, não comprometam a cadeia, consequentemente desorganizando outros setores críticos, como de alimentação, medicamentos e de cuidados pessoais.
“Nosso setor tem o compromisso de atender às necessidades básicas e importantes da população, assim como de contribuir para o crescimento, o desenvolvimento e para a saúde pública no Brasil. Aproveito para, em nome do setor, parabenizar as autoridades preocupadas com o melhor enfrentamento da crise que vivemos, os profissionais de saúde, a imprensa e a todos os demais profissionais que estão mantendo as atividades e a produção em curso, ajudando o país a enfrentar a crise”, finaliza Andrade.
Neste sentido, é importante também a preservação dos empregos, sempre com os cuidados devidos – que já são tomados -, e reforçados de acordo com as normas de segurança conferidas pelos poderes públicos. Devemos contribuir para preservar a atividade produtiva e os empregos, ou seja, a saúde da economia para todos, inclusive das comunidades e pequenos produtores.
Mais sobre o setor florestal na Bahia
A ABAF representa as empresas de base florestal do estado, assim como os seus fornecedores. Essa pluralidade dá à associação a possibilidade de planejar e agir com respaldo nos mais variados âmbitos e em horizontes largos. Este compromisso começou em 2004 quando o setor de base florestal na Bahia se uniu para criar a ABAF e, com isso, tomou a dianteira no sentido de contribuir para um desenvolvimento com bases sustentáveis, seja do ponto de vista econômico, ambiental ou social.
Para isso, a ABAF atua para além da própria cadeia produtiva: dialoga com as comunidades direta ou indiretamente influenciadas pela atividade de base florestal, com a sociedade civil organizada, com a academia, com os Governos e parlamentares para sedimentar os alicerces para um crescimento ordenado, inclusive e virtuoso. Essas práticas fazem parte de uma atividade constante, uma vez que há sempre novas demandas e frentes de atuação em um segmento pulsante como o de florestas.
A cada ano cresce a influência da ABAF que, atualmente, mantém representações em mais de 40 conselhos e nos mais importantes fóruns ambientais, econômicos e sociais a nível regional, estadual e nacional. Estas participações nos possibilitam a defesa dos interesses da silvicultura e de nossos associados, além de uma atuação coerente e alinhada com o desenvolvimento sustentável do estado.
A força da ABAF, porém, vêm da participação das empresas associadas e também das associações regionais em cada polo produtor do estado que, por sua vez, representam e congregam pequenos e médios produtores. Da mesma forma, a ABAF (em sintonia e integração com as demais estaduais), fortalece a nossa entidade nacional que é a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá).
O setor, na Bahia, emprega 230 mil pessoas (de forma direta, indireta e de efeito renda) e arrecada R$ 4,2 bilhões de impostos anualmente (municipais, estaduais e federais), o equivalente a 4,2% do que se arrecada no estado. O PIB florestal equivale a 5,4% do PIB do estado. Além disso, o programa de fomento e estímulo a produtores independentes é crescente (representa mais de 20% do consumo de madeira das indústrias associadas) e contribui para a geração de emprego e renda. Voluntariamente, o setor investe R$ 16 milhões/ano em projetos socioambientais que beneficiam pequenos produtores e comunidades, atingindo 127 municípios e mais de 300 mil pessoas. O segmento também é construtor e mantenedor de milhares de quilômetros de estradas pelo interior da Bahia, pois existe uma necessidade real de escoamento de produção.
Por Yara Vasku_Abaf