“As melhorias do setor florestal estão somente no campo?”
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Olá, amigo leitor. É um prazer iniciar esse caminho junto a vocês, ilustre audiência do portal Madeira Total.
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Nessa coluna iremos percorrer o caminho que me acompanhou entre a área florestal e a administração. Vamos discutir aspectos importantes da gestão de empresas florestais. Não somente isso, tentaremos abordar temas sensíveis para qualquer empresa, qualquer negócio, e levando sempre para a especificidade do nosso pujante setor florestal.
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Inicialmente, gostaria de provocar o paciente leitor com o seguinte questionamento: a sua empresa florestal pode melhorar administrativamente?
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Empresas, organizações, são ambientes complexos e pulsantes. Indo além, empresas são formadas por pessoas, cada uma com sua ambição e momento de vida. Administrar isso é um processo constante e mutável. Há que se adaptar diariamente ao material humano, tecnologia e contexto existentes.
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Agora voltemos para o setor florestal. As empresas florestais, ao longo das últimas décadas, têm buscado seu desenvolvimento na medida do quanto se planta e colhe com a maior segurança, menor tempo e uso de recursos.
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Isso não é acaso! Nós, engenheiros florestais, temos em nossa veia a preocupação com a boa operação. Por exemplo, em geral o departamento de qualidade em uma empresa florestal estará mais preocupado com os padrões de silvicultura de colheita.
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Por outro lado, não vejo tanta atenção com os padrões e a organização que temos em nossos escritórios, com os sistemas e a estrutura existentes.
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Vocês podem se perguntar por que decidi seguir esse caminho, do florestal ao administrativo. Isso me ocorreu especificamente quando realizei uma consultoria, um bom tempo atrás. Naquela situação, as condições da floresta eram o problema grave que precisávamos averiguar, havia excessiva matocompetição e as operações não eram feitas regularmente. Ao final, descobrimos que a origem do problema era, na verdade, uma gestão ineficiente e ausência de controles. Os problemas se iniciavam na diretoria florestal e eram refletidos no campo.
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A partir daquele momento passei a observar as empresas florestais como células vivas, que demandam organização eficiente e dinâmica. Passei a ver o campo como um prolongamento da gestão empresarial aplicada.
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Da mesma forma, pude observar fora do setor florestal, empresas desorganizadas, onde o remédio era repensar a lógica e a distribuição das pessoas. Essas situações são comuns em qualquer setor.
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Ainda assim, é possível que muitas empresas ou gestores deixem de lado os aspectos de gestão. Isso ocorre por uma característica peculiar do setor florestal: o horizonte de produção é longo. Isso permite, mas não deveria, que departamentos sejam sobrecarregados de atividades, que operações silviculturais sejam atrasadas, que proteções patrimoniais fiquem de lado. Os impactos não são vistos no curto prazo. É uma forca que se fecha aos poucos. Quando nos damos conta, perdemos produtividade, somos uma empresa não-tecnológica, não conseguimos monitorar o estado atual das florestas.
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Por isso, a motivação de falar aos colegas do setor florestal sobre aspectos organizacionais de suas empresas. Contudo, não negligenciarei a excelência operacional no campo, mas trataremos dela como um resultado, um impacto, das boas práticas tomadas na gestão florestal.
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Desde já, gostaria de destacar alguns temas que serão tratados em nossos textos, mensalmente.
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Comecemos por um lócus macro do negócio. A estrutura organizacional é uma importante forma de observar e compreender a eficiência de uma empresa. Vamos além de construir organogramas, que muitas vezes não correspondem à realidade. Aqui podemos avaliar se a empresa está direcionada, construída, para entregar seus objetivos. Não penso que exista estrutura ideal, somente que a forma como uma empresa se organiza precisa refletir seu presente e traçar os rumos para o que ela quer se tornar.
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Exemplifico, em certo momento tive a responsabilidade de pensar em como desenvolver uma empresa comercialmente e outra empresa para inovar. Em ambos os casos existiam pessoas com essas responsabilidades, por outro lado não havia uma estrutura organizacional que colocasse esses desafios como prioridades e essas metas eram escanteadas. A reestruturação organizacional tornou essas questões prioritárias, metas e processos foram criadas e as empresas puderam trabalhar esses pontos.
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Outros tópicos que discutiremos serão relativos aos processos e sistemas, consequentemente falaremos de tecnologia no meio administrativo. Iremos conversar sobre como as empresas florestais organizam seus processos e como elas podem fomentar a fluidez, a comunicação, entre todas os indivíduos e áreas da empresa.
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Invariavelmente, nossos assuntos envolverão a inovação. Cabe destacar que um ambiente inovativo é chave para pensar a gestão florestal eficaz, isso porque cada desenvolvimento é, ou deveria ser, único para cada organização.
Por fim, apenas para cercar a nossa vasta área de abordagem, não poderemos deixar de frequentar a seara do desenvolvimento de pessoas, lideranças e o clima organizacional.
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Essas são linhas resumidas do que pretendemos comunicar. Em todas essas análises teremos uma premissa absoluta: não existem verdades incondicionais quando tratamos de gestão. Portanto, sempre tenha em mente que cada exemplo trazido aqui deverá ser pensado sob a ótica única de sua empresa, adaptado a sua realidade.
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A melhor gestão é aquela que respeita as particularidades de sua empresa. Nos vemos nas próximas edições.
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Mario Coso – Engenheiro Florestal e Mestre em Administração.
Consultor Sócio na Smart3 Consultoria
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By Mário Coso – Engenheiro Florestal e Mestre em Administração
Imagens: Divulgação
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