Por Rafael Costa
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Não é de hoje que o mundo corporativo vem se preocupando com medidas mais sustentáveis e sociais. Há anos, líderes internacionais debatem maneiras menos prejudiciais para realização da exploração da atividade econômica em relação ao meio ambiente e que, ao mesmo tempo, tornem as empresas mais resilientes, inovadoras e sustentáveis em suas operações – o que evidenciou o surgimento de estratégias dedicadas a este fim e que precisam ser melhor fomentadas no nosso país, como é o caso do ESG. Um ótimo cenário para as empresas interessadas em realizar esses investimentos é que existem instrumentos de fomento que podem contribuir com essa demanda.
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O conceito, criado em 2004 pela ONU em seu relatório “Who Cares Wins”, é resultado de uma iniciativa que propunha diretrizes e recomendações sobre como contemplar questões ambientais, sociais e de governança na gestão de ativos, serviços de corretagem de títulos e pesquisas relacionadas ao tema entre as empresas. Esses pilares forem enviados às principais instituições financeiras globais, na missão de construírem mercados financeiros mais fortes e resilientes por meio do desenvolvimento sustentável.
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Desde então, stakeholders e investidores institucionais ao redor do mundo têm demandado, cada vez mais, opções de investimentos mais sustentáveis nos mercados financeiros. A crise da Covid-19 evidenciou ainda mais o papel do ESG na gestão de riscos das organizações, apontando esses pilares como essenciais na nova era pós-pandemia.
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Um estudo realizado pela Amcham Brasil mostra que 82% dos executivos brasileiros defendem que os CEOs devem liderar ativamente a agenda ESG no país. Contudo, 48% dos respondentes apontam que a conscientização e capacitação das equipes e lideranças é o maior desafio.
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O consumidor também está atento. Segundo dados expostos pela consultoria Walk The Talk by La Maison, 94% dos brasileiros esperam que as empresas façam algo sobre ESG e acreditam que elas têm obrigação de se envolver com essas questões. Porém, apenas 17% acreditam que as corporações efetivamente fazem.
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Há uma nítida e imensa lacuna entre a expectativa do consumidor e a realidade presente no mercado perante esses investimentos. Na maioria dos países, não existe ainda uma obrigatoriedade de divulgação de informações em ESG. No Brasil, inclusive, a avaliação do ESG ainda é subjetiva e variável, sem uma padronização clara, o que vem demonstrando, gradativamente, a necessidade de mais pesquisas frente a essas responsabilidades, não apenas visando a conservação do nosso ecossistema, como também a solidificação de pilares fundamentais pautados por essas práticas sociais e de governança, resultando em estratégias capazes de aperfeiçoar as ponderações de risco-retorno a longo prazo.
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As que direcionam esforços nessas ações são contempladas com benefícios passíveis de serem obtidos como forma de incentivo do governo a favor do desenvolvimento econômico corporativo – além, obviamente, do intuito de promover práticas mais sustentáveis e responsáveis, como incentivar a adoção de tecnologias limpas e a redução das emissões de gases de efeito estufa.
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O financiamento público para inovação é uma dessas importantes ferramentas do governo para incentivar as empresas a desenvolverem projetos de PD&I, alinhadas as práticas de ESG. Eles podem ser realizados por meio de empréstimos públicos subvencionados, com taxas mais baixas em comparação aos financiamentos em bancos comerciais.
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Dentro desse contexto, alguns dos melhores financiamentos e que vêm crescendo gradativamente no mercado nacional incluem a Lei do Bem, a qual regulamenta a concessão de incentivos baseados nos gastos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), promovendo inovação e a agregação de valor social por parte das empresas em torno do ESG; assim como o Programa Mover, o qual estimula investimentos em novas rotas tecnológicas e descarbonização dos veículos brasileiros através dessas pesquisas, além da expansão de investimentos em eficiência energética, reciclagem na fabricação de veículos e compromisso com o desenvolvimento sustentável, em toda a cadeia automotiva.
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Ainda, diante de um contexto no qual a inovação tecnológica é frequentemente associada a taxas de crescimento positivas da produtividade e ao desenvolvimento econômico e social, temos também a Lei de TICs Brasil, que promove a concessão de incentivos destinados a empresas que desenvolvam bens de tecnologias da informação e da comunicação, exigindo, como prerrogativa, o investimento em atividades de PD&I.
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Por fim, as empresas também podem contar com uma extensa gama de ramificação de linhas de crédito provenientes do BNDES, tais como o BNDES Finem, o qual visa a redução do uso de recursos naturais e materiais, recuperação e conservação de ecossistemas e biodiversidade, planejamento e gestão ambiental; e o BNDES Finame, voltado para a aquisição de máquinas e equipamentos com maiores índices de eficiência energética ou que contribuam para a redução da emissão de gases do efeito estufa.
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Embora as práticas ESG sejam importantes para investidores que buscam empresas sustentáveis e com boas práticas, é fundamental destacar que sua adoção deve ser um compromisso dos empreendimentos em relação a sociedade e ao meio ambiente, e não apenas uma estratégia de marketing ou de investimento – devendo, portanto, ser adotadas como parte de toda a cultura organizacional.
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Uma marca que, verdadeiramente, incorpora esses pilares, não irá apenas elevar seu valor de mercado, mas principalmente contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa.
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Rafael Costa é diretor do FI Group Brasil, consultoria especializada na gestão de incentivos fiscais e financeiros destinados à PD&I.
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Sobre o FI Group:
Fundado em 2011 no Brasil, o FI Group é uma consultoria especializada na gestão de incentivos fiscais e financeiros destinados à pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I), que possibilita o crescimento bem-sucedido de inúmeros tipos de negócios há mais de 20 anos.
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By Nathalia Bellintani | Informa Mídia
Imagem: Divulgação
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