Empresas precisam estar preparar para cenário de juros elevados e incertezas globais

Estrutura de capital e fluxo de caixa são fatores decisivos para enfrentar momentos de instabilidade política e econômica

A taxa básica de juros, a Selic, continua sendo um dos principais indicadores de atenção no cenário econômico brasileiro. Com a expectativa de novos aumentos em 2025, o ambiente econômico apresenta desafios significativos para empresas, que precisam lidar com juros altos, valorização do dólar e aumento nos preços de insumos essenciais, como alimentos e combustíveis. Esses fatores combinados têm pressionado os custos operacionais, impactando diretamente organizações que dependem de financiamentos, importações ou que operam com margens apertadas.

No âmbito global, tendências como a transição energética, a digitalização acelerada e a busca por cadeias de suprimento mais sustentáveis também trazem novos custos e oportunidades, ampliando o campo de decisão estratégica para os gestores. Nesse contexto, a preparação financeira é fundamental para garantir a resiliência das empresas.

Marcello Lauer, advogado e sócio fundador da Grand Hill, reforça que a experiência de crises recentes, como a pandemia de Covid-19 e os choques no sistema financeiro global, evidenciam a necessidade de planejamento e flexibilidade. “A crise global foi um alerta claro de que as empresas precisam estar preparadas para imprevistos, sejam eles internos ou externos. Isso exige uma estrutura financeira robusta e um modelo de negócios sustentável, que priorize o presente sem perder de vista o futuro”, destaca.

DIFERENCIAL COMPETITIVO
Com o custo de capital em alta devido ao aumento da Selic, a gestão financeira tornou-se ainda mais estratégica. Segundo Lauer, compreender e monitorar o fluxo de caixa, a capacidade de pagamento e o impacto dos juros nas operações é indispensável para enfrentar períodos de instabilidade. “Empresas que não conhecem o custo do dinheiro que utilizam para financiar suas operações ficam vulneráveis. Planejar o fluxo de caixa e entender a capacidade de pagamento não são apenas boas práticas – são ferramentas fundamentais para assegurar que decisões estratégicas não comprometam o futuro da organização”, afirma.

A alta dos juros não apenas encarece financiamentos, mas também reduz o apetite para investimentos com reflexo na atividade econômica. Esse cenário exige uma abordagem que equilibre a preservação de recursos com o crescimento sustentável. O especialista sugere que, para enfrentar esses desafios, as empresas precisam hierarquizar suas prioridades: “Preservação de caixa, retorno financeiro e crescimento devem ser equilibrados de acordo com a estratégia e as condições de mercado, garantindo a sustentabilidade do negócio”, pontua.

VOLATILIDADE DO MERCADO
A adaptação é um dos maiores diferenciais competitivos em um mundo marcado por incertezas e rápidas mudanças. Lições recentes mostram que empresas que investem em planejamento, eficiência operacional e estratégias de mitigação de riscos estão mais preparadas para prosperar. Além disso, tendências globais como a descarbonização, o fortalecimento de práticas ESG (ambientais, sociais e de governança) e a digitalização dos processos já são uma exigência crescente dos mercados e investidores.

“Não se trata apenas de cortar custos, mas de construir uma base sólida que permita crescimento e adaptação contínua. Em um mundo cada vez mais volátil, essa é a chave para a perenidade”, afirma.

Lauer salienta, ainda, que com o ambiente econômico desafiador, é essencial que líderes empresariais acompanhem de perto as tendências macroeconômicas e revisem continuamente suas estratégias. “A capacidade de adaptação às mudanças e o fortalecimento de estruturas financeiras sólidas são os caminhos para transformar desafios em oportunidades, garantindo que as empresas não apenas sobrevivam, mas prosperem em um futuro incerto”, finaliza.

 

By Estilo Editorial
Foto: Freepik

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Chico Moreira

Consultor e engenheiro florestal.

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Mario Coso

Engenheiro Florestal e Mestre em Administração. Partner na ESG Tech Consulting.