
CONSOLIDAÇÃO DO SISTEMA CONSTRUTIVO ABRIRÁ NOVAS OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS PARA OS SETORES DA CONSTRUÇÃO E DA MADEIRA
A elaboração da norma técnica para o sistema construtivo wood frame teve avanços significativos desde que foi instalada a Comissão de Estudos (CE) da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), no mês de junho de 2016. Em quase nove meses de atividades, a equipe formada para desenvolver a proposta trabalhou profundamente em um texto que disponibilize os parâmetros de qualidade para empresas e obras com esta tecnologia.
Esta comissão é formada por diferentes entidades – como a Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci) – e profissionais relacionados às indústrias madeireira e de construção civil, que unem esforços para criar a base necessária para o fortalecimento deste sistema construtivo no país.
A iniciativa teve como ponto de partida as discussões da Comissão Casa Inteligente, instituída em 2009 pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) com a participação de mais de 50 empresas e instituições.
Rotina
A partir da instalação da Comissão de Estudos, foram criados subgrupos para sistematizar a força-tarefa e dar celeridade às discussões. Os coordenadores de cada tema previsto na norma orientam a estruturação de cada área relacionada à norma. Cada um deles recebe as contribuições dos membros que integram a iniciativa. Todos os dados são revistos e discutidos, antes de serem consolidados em um texto. O documento passa, então, por uma avaliação de todos os integrantes do grupo de trabalho.
Em 2017, houve evolução nas propostas para as partes Projeto e Execução da norma, abrangendo pontos como requisitos gerais, componentes, projetos estruturais, projetos complementares e execução, entre outros. Agora, a Comissão de Estudos realiza uma revisão geral do conteúdo elaborado até o momento.
Outro passo será intensificar as discussões no subgrupo Desempenho da norma técnica. Os membros do grupo de trabalho vêm aprofundando os conceitos para a inclusão na proposta do texto para a norma.
“Temos hoje um texto já consistente envolvendo duas partes importantes do sistema construtivo wood frame, que são a preocupação de como serão considerados os projetos e como será a execução das futuras obras neste sistema construtivo”, afirma o coordenador da CE e vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Paraná (Sinduscon-PR), Euclesio Finatti. “Se continuarmos neste ritmo, ainda no primeiro semestre de 2017 poderemos submeter à Comissão de Estudos a primeira sugestão de texto para a norma”, salienta.
Oportunidade
O wood frame vem se tornando cada vez mais uma alternativa para a construção civil e uma oportunidade de negócios para as empresas destes setores, além de ter o potencial de reduzir o déficit habitacional no País, por conta de características como rapidez, menor impacto ambiental e geração de resíduos. No entanto, ainda é necessário fortalecer o seu uso no Brasil. Se no exterior já é considerado um sistema construtivo consolidado, por aqui ainda é uma novidade.
Isto reforça a importância da Comissão de Estudos da ABNT para tratar sobre o tema. A norma técnica do sistema construtivo woodframe está diretamente relacionada com a qualidade de processos, representando benefícios para fabricantes, construtores e os clientes. Além de estabelecer parâmetros técnicos, a norma permitirá avanços em questões relacionadas à viabilidade da utilização do sistema construtivo, como os financiamentos imobiliários. Com isso, haverá mais recursos para a implantação de projetos, resultando também em garantias para as empresas e para os clientes.
O superintendente da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), Paulo Pupo, destaca que as empresas do setor estão diante de novas oportunidades. “Precisamos entender e capitalizar o momento, para consolidar esse método construtivo eficiente e inovador. Mas, para isso, será necessário que os fabricantes de madeira se preparem para atender as exigências técnicas do mercado. Há uma chance real de aumentarmos o consumo per capita de madeira no mercado interno”, avalia.
Outra frente que será alcançada com a norma será o conceito de que casas de madeira são construções de baixa qualidade. “Esse talvez seja o maior desafio que teremos ao longo de nossa jornada para a consolidação desse sistema no Brasil. Os exemplos aplicados em alguns dos principais países do mundo com construções em madeira, em larga escala e de diferentes conceitos, nos provam exatamente o contrário, pois esse é um sistema que traz soluções inovadoras e sustentáveis, economicamente viáveis, e com as garantias necessárias exigidas pelo mercado”, enfatiza Pupo.
Por Juliane Ferreira | Interact Comunicação
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