Descubra as siglas do mercado de carbono e conceitos que definem projetos sustentáveis

ARR, REDD+, APD, AUD e ALM são algumas das principais iniciativas de crédito de carbono

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O mercado de crédito de carbono como alternativa sustentável para combater o aquecimento global é cada vez mais importante dentro da agenda de políticas públicas e privadas em todo o planeta. Neste cenário, o Brasil desponta com condições privilegiadas para se desenvolver, já que conta com grande potencial para sua captura por meio natural.

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No entanto, embora o país seja um destaque neste campo, as siglas que delimitam a atuação de cada solução baseada na natureza revertida em crédito de carbono são todas originárias do inglês, como ARR (Afforestation, Reforestation and Revegetation), APD (Avoid Planned Deforestation), AUD (Avoid Unplanned Deforestation), ALM (Agricultural Land Management), REDD+ (Reducing Emissions from Deforestation and Forest Degradation) e outras. Elas simbolizam as iniciais de palavras que reunidas são de total domínio dos profissionais que atuam no mercado de carbono. Em todos os países elas elucidam de uma maneira simplificada conceitos complexos e abrangentes. Conheça as principais delas:

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ARR (Afforestation, Reforestation and Revegetation) – Com a tradução literal de ‘Florestamento, Reflorestamento e Revegetação’, e como o próprio nome sugere, este tipo de projeto gera créditos a partir do reflorestamento e restauração de áreas que estejam sem floresta há pelo menos dez anos. Esse mecanismo auxilia o produtor rural no processo de regularização ambiental do imóvel, além de promover novas fontes de renda. “O incentivo financeiro é realizado por hectare em função do acúmulo de biomassa e, respectivamente, do incremento nos estoques de carbono e tem como objetivo ampliar a área plantada e os impactos climáticos positivos, gerando benefícios líquidos às comunidades e à biodiversidade”, ressalta Marco Tuoto, CEO da brCarbon – climate tech brasileira fundada em 2020 que atua no segmento.

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REDD+ (Reducing Emissions from Deforestation and Forest Degradation) – Traduzido como ‘Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal’, tratam-se de projetos que geram créditos de carbono a partir da conservação por um período de 40 anos de uma floresta nativa já existente. O sinal ‘+’ inclui o papel da conservação, do manejo sustentável e do aumento de estoques de carbono nas florestas, indo além do desmatamento evitado e recuperação de florestas. Existem dois tipos de projeto REDD+: o APD e AUD, também explicados abaixo.

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APD (Avoid Planned Deforestation) – Com o sentido de evitar o desmatamento planejado, esta modalidade é voltada para produtores rurais com excedente de Reserva Legal. O projeto da brCarbon conhecido como Brazilian Amazon entra nesse escopo. Ele atualmente abrange mais de 30 mil hectares de floresta amazônica preservados nos estados do Acre, Amazonas, Pará e Mato Grosso, considerados como excedente de vegetação, que na ausência do projeto seriam legalmente desmatados pelos proprietários. Em 2022, o Brazilian Amazon foi o projeto brasileiro que mais emitiu créditos de carbono (ou VCUs, da sigla em inglês “Verified Carbon Units”).

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AUD (Avoid Unplanned Deforestation) – Esta modalidade tem como objetivo evitar o desmatamento não planejado – ou seja, ilegal -onde áreas de preservação estão sob pressão externa. O projeto Cauaxi, da brCarbon, abrange esta modalidade. Ele monitora mais 82 mil hectares de área de Floresta, na região de Paragominas, no Pará, situado no Arco do Desmatamento – região que historicamente sofre pressões de desmatamento. “Os recursos gerados pelo projeto podem custear ações de preservação e conservação florestal que tem o potencial de modificar a realidade da região”, complementa Tuoto.

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ALM (Agricultural Land Management) – Neste tipo de iniciativa o carbono é derivado do manejo da atividade agropecuária, ou seja, da gestão de terras agrícolas. Projetos nesta área são inovadores para a redução de emissão de Gases do Efeito Estufa na agricultura e na pecuária. A adoção de boas práticas de uso do solo, como manejo de pastagens e de lavouras, integração lavoura-pecuária-floresta e utilização de bioinsumos, como aditivos alimentares para diminuir a emissão de metano a partir da fermentação entérica do gado, contribui muito para a sustentabilidade e recuperação de pastagens degradadas. “Agricultura e Pecuária Sustentável é certamente parte da solução para as mudanças climáticas e degradação ambiental. Por isso, oferecemos aporte técnico aos interessados para conduzi-lo a transição para uma agricultura regenerativa em que o produtor aumentará sua produtividade, diminuindo seu custo de produção e possibilitando que seu negócio seja mais rentável e resiliente”, destaca o CEO.

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AFOLU (Agriculture, Forestry and Other Land Use) – Um dos responsáveis pela contabilização de emissões de gases de efeito estufa, o setor ‘Agricultura, Florestas e Uso do solo’, conhecido como AFOLU, engloba as atividades agrícolas e florestais que atuam para reduzir os impactos ambientais da ação humana.

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A história do mercado de créditos de carbono

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O mercado de carbono não é exatamente uma novidade, surgiu em um movimento iniciado no final dos anos 1970 e ganhou força a partir da ECO-92. No entanto, o entendimento pleno de suas siglas e conceitos no Brasil ainda é um desafio para o avanço das chamadas Soluções Baseadas na Natureza (SbN), que visam simultaneamente objetivos ambientais, sociais e econômicos. “É de extrema importância conhecer as nuances e diferenças de cada tipo de carbono para traçar uma atuação estratégica dentro do segmento”, pondera Tuoto.

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Por conta da atual importância do Brasil no mercado mundial de carbono vem crescendo o interesse pelo assunto nos mais diversos meios até então alheios à trajetória desta pauta globalmente. “Embora tenhamos grande experiência no desenvolvimento de ações sustentáveis por meio de projetos revertidos em crédito de carbono, quando começamos precisamos mostrar a relevância do nosso trabalho no sentido de combate ao aquecimento global e sustentabilidade ambiental. Hoje são muitos os agentes brasileiros interessados, como proprietários rurais, empresas e agentes políticos”, conclui.

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Sobre a brCarbon

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A brCarbon (BRC) é uma empresa que promove soluções baseadas na natureza com recursos financeiros do mercado de carbono para mitigar os efeitos das mudanças climáticas globais. Atua com estratégias e tecnologias inovadoras para viabilizar ações de conservação florestal, restauração ecológica e agropecuária e extrativismo sustentável, além de desenvolvimento sustentável das comunidades locais. Fundada em novembro de 2020 e com sede em Piracicaba (SP), conta com uma diretoria técnica com 15 anos de experiência no mercado voluntário de carbono.

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By Roberto K. | Assessor de Imprensa da brCarbon

Imagem: Divulgação

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Consultor e engenheiro florestal.

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Engenheiro Florestal e Mestre em Administração. Partner na ESG Tech Consulting.