Projeto financia a implementação de iniciativas sustentáveis e benéficas ao meio-ambiente, impactando professores, alunos, funcionários e toda a sociedade
Uma economia anual prevista de cerca de duas toneladas de CO2, o que equivale às emissões geradas na produção de 1.300 marmitas (com arroz, feijão, carne, batata e tomate) ou no deslocamento de 250 alunos para ir e voltar da escola, durante uma semana. Em termos numéricos, esse é o saldo do Desafio Escolas Sustentáveis deste ano, promovido pelo Instituto Akatu. Porém, mais do que isso, a iniciativa termina com a implementação de diversas iniciativas sustentáveis e benéficas ao meio-ambiente nas cinco escolas públicas de Ensino Básico selecionadas. E o principal: a chance de estimular a cultura do consumo consciente e da sustentabilidade dentro dessas instituições, impactando não apenas professores, alunos e demais funcionários, mas todos em seus entornos.
Com um financiamento de R$ 225 mil, as escolas conseguiram promover diversas mudanças em suas estruturas, entre elas: a instalação de energia fotovoltaica, a construção de hortas e composteiras e a criação de sistemas de captação e reaproveitamento da água da chuva. Instituições das cinco regiões do Brasil foram contempladas: Colégio Estadual Leôncio Correia, de Curitiba (PR); Centro Estadual de Educação Profissional em Gestão e Negócios Letice Oliveira Maciel, em Seabra (BA); Escola Municipal José Calil Ahouagi, de Juiz de Fora (MG); Escola Estadual Luiz Lopes de Carvalho, de Três Lagoas (MS); e Escola Estadual Indígena Dom Lourenço Zoller, de Uiramutã (RR).
“Como parte de uma iniciativa global, o Desafio Escolas Sustentáveis tem o objetivo de incentivar que escolas estimulem a educação para a sustentabilidade, tanto por meio de mudanças curriculares quanto estruturais. É com muita satisfação que compartilhamos os principais resultados do desenvolvimento dos projetos daquelas que foram selecionadas e as parabenizamos, seguros de que os aprimoramentos implementados continuarão trazendo impactos positivos após o projeto”, explica Denise Conselheiro, gerente de educação do Instituto Akatu.
“Esperamos que essa iniciativa seja um pontapé inicial para que mais escolas brasileiras fortaleçam as atividades relacionadas à sustentabilidade em suas rotinas pedagógicas”, conclui.
Mesmo com as restrições impostas pela pandemia, 793 pessoas das comunidades escolares participaram de atividades online, como webinares e aulas interdisciplinares. Além da conscientização de alunos, professores e familiares, o programa deixa um legado permanente nas instituições participantes.
O Desafio Escolas Sustentáveis faz parte de um esforço global coordenado pelo The Institute for Global Environmental Strategies (IGES) e pela One Planet Network, financiado pelo Ministério do Meio Ambiente do Japão. Ele foi realizado simultaneamente em nove países – Brasil, Namíbia, África do Sul, Uganda, Camboja, Quirguistão, Filipinas, Vietnã e Suriname.
Confira os principais resultados de cada escola selecionada pelo projeto no Brasil:
Colégio Estadual Leôncio Correia (Curitiba – PR)
• Criação de um Centro de Educação Socioambiental, onde os estudantes interagem com teorias e práticas relacionadas aos conhecimentos socioambientais.
• Implementação de um sistema de captação de água da chuva e elaboração e implementação do plano de gerenciamento dos resíduos sólidos.
• Finalização de um sistema de geração de energia fotovoltaica, com 12 painéis solares e quiosques/laboratórios de energia solar. Ele será capaz de cobrir o equivalente a 5% do consumo durante um mês normal (com pleno funcionamento da escola), e esteve entre 15% a 20% do consumo total durante o período de isolamento social.
• Desenvolvimento de uma Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida na Escola (COM-VIDA), com espaço físico e grupo de alunos engajados.
Escola Estadual Luiz Lopes de Carvalho (Três Lagoas – MS)
• Desenvolvimento de disciplinas eletivas aos alunos do ensino médio, à distância e com atividades práticas na escola em esquema de rodízio, para tratar das temáticas de compostagem, produção de sabão caseiro, reciclagem e coleta seletiva, reaproveitamento de água, horta e alimentação saudável.
• Construção de uma horta em mandala e de composteiras em alvenaria e implantação de um sistema de captação de água da chuva da quadra.
• Implementação de oficinas para a produção de papel reciclado – que resultou em 654 placas a serem utilizadas em trabalhos de arte e cultura em 2021 – e para a fabricação de 10kg de sabão caseiro em barra e 200 litros de sabão caseiro líquido utilizando papel como matéria-prima.
• Plantio de cerca de 800 mudas (de alface, rúcula e couve) em uma horta e produção de mais 500 mudas em sementeiras. Isso com o reaproveitamento de água da cozinha para a irrigação.
Centro Estadual de Educação Profissional Letice Oliveira Maciel (Seabra – BA)
• Promoção de uma jornada pedagógica antes do início da pandemia, com a adaptação das atividades para o formato virtual após o início do distanciamento social.
• Implementação do Ponto de Entrega Voluntária (PEV), mobilizando alunos, professores e comunidade para o descarte correto. De janeiro a outubro de 2020, a escola coletou e destinou 1.319,4kg de papel, 412kg de plástico, 23,9kg de alumínio e 109,5 kg de outros metais, totalizando quase 1.865kg de resíduos destinados para a reciclagem.
• Instalação de sistemas de captação de água da chuva, construção de pergolado, readaptação de sala multifuncional da escola e instalação de refletores de energia solar para sistema elétrico.
Escola Estadual Indígena Dom Lourenço Zoller (Uiramutã – RR)
• Realização de seminário sobre sustentabilidade e outro sobre plantas medicinais e produção de xaropes caseiros, para cuidados a sintomas relacionados à COVID-19.
• Conscientização da comunidade para a não-combustão de resíduos e um descarte mais adequado.
• Finalização da instalação das placas de energia fotovoltaica, em substituição ao motor a combustão. Antes do projeto, a escola consumia, a cada 15 dias, cerca de 30 litros de diesel. As placas fotovoltaicas, por sua vez, foram capazes de suprir toda a demanda.
Escola Municipal José Calil Ahouagi (Juiz de Fora – MG)