A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável promove audiência, na quinta-feira (27), para debater o setor de papel e celulose e seus impactos sociais, ambientais e econômicos.
A audiência foi solicitada pelo deputado Nilto Tatto (PT-SP). Ele ressalta que o setor florestal brasileiro conta com aproximadamente 530 milhões de hectares de florestas nativas, 43,5 milhões de hectares em Unidades de Conservação Federal e 5,5 milhões de hectares de florestas plantadas com pinus, eucalipto e acácia-negra.
Segundo o parlamentar, com a exploração de áreas de florestas nativas mais a exploração das florestas plantadas, o setor gera mais de 2 milhões de empregos, contribui com mais de 20 bilhões de dólares para o Produto Interno Bruto (PIB), exporta mais de 4 bilhões de dólares (8% do agronegócio) e contribui com 3 bilhões de dólares em impostos, ao ano, arrecadados de 60.000 empresas.
Deserto verde
Nilto Tatto destaca que a produção de eucalipto é responsável por causar esgotamento das águas nas áreas de plantação e também de prejudicar a biodiversidade no local. “Este impacto e tão significativo que um movimento de mais de cem organizações não governamentais (ongs) cunhou a expressão ‘deserto verde’ para denominar as áreas de cultura do eucalipto”, afirma.
Ele observa ainda que a cultura do eucalipto representa uma fonte de energia 87% mais barata que a de combustíveis fósseis. Por outro lado, traz os seguintes impactos negativos:
• reduz a biodiversidade;
• afeta os lençóis freáticos;
• altera a qualidade do solo;
• compromete a capacidade futura de produção de alimentos;
• reduz a o número de postos de trabalho na região do plantio;
• impacta a economia local, pois não gera renda para a população local.
Convidados
Foram convidados para discutir o assunto com os integrantes do colegiado:
o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Papel e Celulose (Sinap), Carlos Monteiro;
um representante do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora);
o membro da Federação Estadual de Trabalhadores na Indústria de Papel e Celulose Marcelo Mendes;
a presidente do Instituto Brasileiro de Árvores (IBÁ), Elizabeth de Carvalhares; e
um representante do Rio Grandense Celulose.
A audiência ocorrerá no plenário 8, a partir das 9h30.
Imagem ilustrativa: Ziani Florestal.