
SÃO PAULO – A divulgação de índices de inflação e as discussões sobre reformas econômicas estão entre os fatos que devem mexer com a economia brasileira nessa semana e que podem ter impacto, no curto ou longo prazo, no bolso do consumidor. Do ponto de vista externo, mais uma vez, analistas e economistas estarão de olho nas medidas e declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que costumam mexer com os ânimos em todo o mundo.
Movimentação da Bovespa (Foto: Cris Faga/Fox Press Photo/Agência O Globo)
Foto: Parceiro / Economia
Na agenda econômica na semana, destaque para a divulgação, na quarta-feira, do IPCA, indicador oficial do sistema de metas de inflação, referente ao mês de janeiro e o acumulado em 12 meses. No ano passado, a inflação ficou dentro da meta, em 6,29%, mas se espera um recuo nesse número. Com uma menor pressão nos preços, o Banco Central pode continuar com o processo de redução das taxas de juros, o que ajuda quem tem dívida e também reduz o custo para quem precisa tomar algum novo empréstimo.
— Os dados de inflação são os mais relevantes no ambiente doméstico. Na quarta sai o IPCA e se espera uma redução da inflação em 12 meses e com isso o BC pode continuar cortando juros na mesma intensidade da reunião anterior — afirmou Ignacio Crespo, economia da Guide Investimentos, lembrando que o último corte na Selic foi de 0,75 ponto percentual, que caiu para 13% ao ano.
Medidas de estímulo para a economia, como novas medidas para o programa habitacional “Minha Casa, Minha Vida” e reformas microeconômicas também serão anunciadas nesta semana e podem, no médio prazo, ser benéficas para a economia. O andamento da Reforma da Previdência e a continuidade da temporada de balanços, com as empresas apresentando seu desempenho em 2016 e perspectivas para o ano, também são fatos que devem marcar a semana.
No exterior, a principal preocupação é com as declarações e novas medidas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Crespo lembra que desde que assumiu, em 20 de janeiro, o republicano ainda não atacou a China, então não seria uma surpresa alguma crítica à segunda maior economia do mundo.
— Além das medidas sobre imigração, Trump já reclamou da Zona do Euro, principalmente da Alemanha, que estaria se aproveitando do euro fraco para ganhar competitividade. Ainda não saiu nada em tom agressivo contra a China, então não seria estranho algum tipo de ofensiva — disse, acrescentando que toda vez que o presidente americano demonstra preocupação com o fortalecimento do dólar ante outras moedas, o mercado de câmbio global acaba respondendo com maior volatilidade.
Por Ana Paula Ribeiro – O Globo