Subprodutos são transformados em matéria-prima para produção, por exemplo, de fertilizantes agrícolas, revestimentos acústicos, cerâmicas, asfalto e telhas
Tratar os resíduos como oportunidade de ganho financeiro aliado com a conservação do meio ambiente, gerando sustentabilidade para a indústria. Este é o conceito que norteia o modo como a Bracell lida com os subprodutos gerados no processo da celulose solúvel. Não à toa, a empresa – que é uma das maiores produtoras deste segmento no mundo – consegue reciclar cerca de 80% do total de seus resíduos, como destaca Angela Ribeiro, gerente de Meio Ambiente e Sistema Integrado de Gestão da empresa.
Ela aponta que os principais resíduos da produção de celulose solúvel são a casca de eucalipto, serragem, nós e rejeitos, lama de cal, rejeito de cal, dregs e grits, além de plástico, papel e metais usados no processo. Estes materiais são reciclados na Central de Reciclagem de Resíduos existente na área da própria fábrica, no Polo Industrial, e convertidos em matéria-prima para fabricar fertilizantes agrícolas, revestimentos acústicos, cerâmicas, asfalto, telhas e muitos outros produtos.
“Todos recebem tratamento adequado para que possam ser utilizados em outros produtos, com segurança para as pessoas e o meio ambiente, reduzindo o volume de disposições finais no aterro industrial, gerando receita para a companhia e fomentando negócios agregados ao da produção de celulose solúvel”, explica.
O resíduo gerado em maior volume é exatamente a casca de eucalipto, que chega à fábrica juntamente com a madeira trazida do campo. Ela é separada no processo de produção de cavacos (madeira picada com tamanho similar a uma caixa de fósforos). “A empresa trabalha em projetos de melhoria contínua nas áreas de colheita e carregamento das carretas que fazem o transporte florestal para minimizar o volume de casca que chega à fábrica”, salienta.
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Após serem tratadas, as cascas são usadas para fabricar fertilizantes agrícolas orgânicos, para recuperar áreas degradadas, como biomassa para queima em fornos e caldeiras e em compostagem. Já o lodo primário, obtido no processo de tratamento primário de efluentes, além de insumo para produção de granulados orgânicos e tapetes higiênicos para cães e gatos, é usado no jateamento de paredes, como fibras primárias para fábricas de papel e recicladoras, em revestimentos acústicos na construção civil e como componente para serviços de hidrossemeadura de encostas e taludes.
“Com o aprimoramento da tecnologia, mais e mais produtos são desenvolvidos a partir do reaproveitamento dos resíduos industriais. Isso é muito importante, porque faz com o que antes era enviado para aterro, hoje, seja útil para as pessoas em tantos usos diferentes”, afirma.
Os resíduos sólidos industriais que ainda não são passíveis de tratamento e reaproveitamento são destinados ao aterro sanitário da própria Bracell, que faz parte do grupo RGE, que gerencia empresas com operações globais de manufatura baseadas em recursos naturais. “A gestão e manutenção do aterro cumprem rigorosos padrões de proteção do solo e do lençol freático. Para minimizar os impactos, monitoramos constantemente os parâmetros específicos definidos pelos órgãos ambientais e passamos por auditorias periódicas que atestam o cumprimento da legislação”, ressalta Angela, acrescentando que os recicláveis separados nos coletores de coleta seletiva são comercializados com empresas especializadas ou doados a cooperativas.
Bracell
A empresa é uma das maiores produtoras de celulose solúvel e celulose especial do mundo, com duas principais operações no Brasil, sendo uma em Camaçari, na Bahia, e outra em Lençóis Paulista, em São Paulo. Além de suas operações no Brasil, a Bracell possui um escritório administrativo em Cingapura e escritórios de vendas na Ásia, Europa e Estados Unidos.
Sobre a RGE
A RGE Pte Ltd gerencia um grupo de empresas com operações globais de manufatura baseadas em recursos naturais. As atividades vão desde o desenvolvimento e a colheita de recursos sustentáveis, até a criação de diversos produtos com valor agregado para o mercado global. O compromisso do grupo RGE com o desenvolvimento sustentável é a base de suas operações. Todos os esforços estão voltados para o que é bom para a comunidade, bom para o país, bom para o clima, bom para o cliente e bom para a empresa. A RGE foi fundada em 1973 e seus ativos atualmente ultrapassam US$ 20 bilhões. Com mais de 60.000 funcionários, o grupo tem operações na Indonésia, China, Brasil, Espanha e Canadá, e continua expandido para envolver novos mercados e comunidades. www.rgei.com
Por Juracy dos Anjos
Imagem: Dourado e Nilton Souza
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