
No Brasil, há um dito popular que diz que o ano só começa depois do Carnaval. Para muitos, pode ser até verdade, mas, para a maioria da população brasileira, o ano já tem dois meses completados.
E, apesar de o quadro econômico do país ainda ser muito complicado, algumas notícias começam a trazer um pouco mais de esperança de dias melhores.
A primeira delas é em relação à inflação. No ano de 2016, o índice já surpreendeu. Foi menor do que esperavam os analistas econômicos. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país e medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), fechou o ano de 2016 em 6,29%, a mais baixa desde 2013. As projeções de mercado divulgadas pelo Boletim Focus do Banco Central na última semana mostram que a expectativa é que ela fique em torno de 4,5% ao ano em 2017 e em 2018. É uma excelente notícia para nosso bolso. Inflação mais baixa significa que nosso dinheiro vale mais. Quando os preços aumentam, podemos adquirir menos produtos e serviços com nosso dinheiro.
Uma segunda notícia importante é a diminuição da taxa de juros. Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) realizada poucos dias antes do Carnaval, a taxa Selic passou para 12,25% ao ano. Foi o segundo corte significativo seguido. As projeções dos analistas mostram uma taxa Selic de 9,5% no fim de 2017. Há uma expectativa de que em breve os bancos também diminuam suas taxas de juros. E isso pode beneficiar de duas maneiras os consumidores. Primeiramente, o custo da dívida diminui. Com isso, ficará mais fácil quitar os compromissos assumidos. E, com juros menores, as parcelas para adquirir produtos e serviços a prestação ficarão menores, podendo caber nos orçamentos. Além disso, com taxas de juros menores, as empresas são estimuladas a fazer investimentos, o que ajudará no crescimento do país.
Outra notícia positiva é a liberação do saque do FGTS de contas inativas a partir deste mês de março. No ano passado, o governo tomou a decisão de liberar o dinheiro retido nas contas inativas do FGTS para tentar estimular a economia. A expectativa é que 31 milhões de pessoas tenham direito ao saque, o que pode resultar em uma movimentação de cerca de R$ 41 bilhões na economia. Poderá ser uma boa oportunidade para o aquecimento das vendas no comércio. E um círculo virtuoso pode se iniciar. Mais vendas, mais pedidos à indústria, mais empregos gerados e, finalmente, a diminuição do desemprego.
Por Carlos Eduardo Costa em O Tempo