
Investir em novas tecnologias de plantios para aumentar a produtividade é uma tendência irreversível também para o seto
O consumo por papel no mundo é crescente e neste cenário, o Brasil tem registrado um crescimento constante e a consolidação de sua importância no contexto mundial, em termos de produção de celulose e papel. Dados recentes mostram que o Brasil é hoje o 4º maior produtor mundial de celulose e o 11º maior produtor de papel e papelão. Mato Grosso do Sul conta atualmente com 920 mil hectares de plantação de eucalipto. A projeção da Reflore-MS e Famasul é de que o Estado chegue a 1 milhão de hectares até o fim do ano – nos últimos 10 anos o crescimento médio da área plantada de florestas em Mato Grosso do Sul foi de 22%, segundo o Ibá, (Indústria Brasileira de Árvores).
Em 2012, os investimentos do segmento florestal no Estado totalizaram R$ 830 milhões, incluindo investimentos industriais, implantação de plantios florestais e melhoria de infraestrutura de apoio. Os investimentos previstos para o período de 2014-2025 estão estimados em R$ 20 bilhões, contemplando instalação e expansão de unidades industriais e estabelecimento de plantios florestais no estado.
Apesar das boas perspectivas, o mercado vem reagindo de forma lenta e o cenário chega a ser desanimador. Pelo menos essa é a percepção da Reflore, A Associação dos Produtores e Consumidores de Florestas de Mato Grosso do Sul. O motivo dessa retração seria a paralisação da indústria e do mercado siderúrgico no país devido a grave crise econômica que alterou a rotina e o consumo do brasileiro. Essa retração derrubou o preço do metro cúbico da madeira em pé. De acordo com a Reflore, os produtores poderiam estar comercializando o produto à até R$ 60 reais o metro cúbico, mas atualmente esse valor não passa dos R$ 50,00. Em alguns casos, essa realidade não é suficiente para cobrir os custos de produção da área plantada.
SUSTENTABILIDADE
Para se ter uma ideia da dimensão e da importância desse cenário, só para o abastecimento do Projeto Horizonte 2 da Fíbria, serão necessários 187 mil hectares de florestas plantadas em áreas próprias, arrendamento e parcerias. A empresa já conta, hoje, com excedente de 132 mil hectares plantados ou sob contratos de plantio, e estuda todas as possibilidades e avaliar as questões de distância, produtividade da área, entre outros quesitos. A base florestal da Fibria é formada por raio médio de 100 quilômetros da floresta à fábrica, o que confere diferencial competitivo, e ganho ambiental no transporte de madeira.
MAIS OU MENOS
A empresa que tem sede em Três Lagoas, tem como meta de longo prazo reduzir em um terço a área necessária para a produção de celulose aumentando a produtividade de 10 toneladas de celulose/hectare/ano, em 2011, para 15 toneladas/hectare/ano, em 2025, por meio de técnicas convencionais de melhoramento genético, melhoria da gestão florestal e aumento da produtividade industrial. A proposta é produzir mais em menos espaço.
Nesse contexto, a Fibria orienta e incentiva o múltiplo uso das florestas plantadas de eucalipto, a diversificação das atividades agrícolas, a geração de renda em regiões onde a Fibria atua e, principalmente, a qualidade de vida das pessoas inseridas nesse contexto. Dentre as principais iniciativas da empresa, está o Programa Colmeias e o Programa de Desenvolvimento Rural e Territorial (PDRT). Programas que são fortalecidas por meio de outras empresas parcerias que apoiam o desenvolvimento social e econômico das comunidades. No Mato Grosso do Sul, atualmente o programa beneficia mais 900 famílias. Com a segunda linha de produção da Fibria em Três Lagoas, o programa irá ampliar sua atuação.
Por Otávio Neto – JPNews