Iniciativa busca garantir mais renda e novos mercados para produtoras rurais em município na Amazônia
Um projeto pretende aumentar a renda e garantir maior independência financeira para um grupo de 30 mulheres no município de São Félix do Xingu, no Pará: é o Programa Escola de Empreendedorismo das Mulheres do Alto Xingu, promovido pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), com o apoio da Cargill. O programa, que terá dois anos de duração, auxiliará a Associação das Mulheres Produtoras de Polpa de Fruta (AMPPF) a desenvolver uma melhor gestão do negócio e a ampliar seu mercado.
A AMPPF foi criada em 2012 para ajudar na geração de renda para agricultoras familiares a partir de espécies frutíferas plantadas em suas propriedades. Por meio da produção da polpa de frutas, é possível comercializar o produto com maior margem, além de possibilitar a preservação do produto por maior tempo e facilitar a logística para locais mais distantes. A associação já comercializa parte da produção junto ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), mas ainda carece de outras possibilidades para diversificar seu mercado, por isso o Programa Escola de Empreendedorismo das Mulheres do Alto Xingu busca mudar esse cenário.
Um dos objetivos principais do programa é a obtenção do selo de produto vegetal artesanal da AdePará, a agência sanitária do Pará. Com ele, a associação poderá comercializar seus produtos em outros municípios do estado. E, para alcançá-lo, serão desenvolvidas uma série de melhorias ao longo dos dois anos do programa, como a adequação da usina de beneficiamento onde são processadas as polpas de frutas, e a adequação sanitária dos produtos como ajustes no rótulo exigidos pela AdePará. “A perspectiva é que dentro de seis meses elas estejam com esse selo. A ideia é, futuramente, ter também o selo de inspeção federal do Ministério da Agricultura”, afirma Celma Gomes de Oliveira, Coordenadora de Projetos do Imaflora, instituição que está à frente do programa. Ela explica que, além de aumentar as possibilidades de mercado, o projeto prevê a diversificação dos produtos, com a Associação passando a produzir geleias e doces.
Outro foco é a formação e capacitação das produtoras em diversas temáticas – desde o beneficiamento de polpa de frutas, com as melhores práticas de manipulação; a gestão do empreendimento, com o aprendizado de ferramentas para desenvolvimento de um plano de negócio; até questões sobre gênero, empoderamento feminino e tomada de decisão.
O primeiro passo do programa foi dado em abril com a implementação de um viveiro de mudas de espécies frutíferas, em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará – Ideflor-Bio, no âmbito das ações do Programa “Territórios Sustentáveis” do governo estadual, que funcionará na mesma área da usina e irá ajudar a compor os sistemas agroflorestais das produtoras. A presidente da AMPPF, Maria Josefa Machado Neves, está otimista com todas as melhorias previstas. “Assim que tivermos com nossa mini usina e nosso selo, vai melhorar muito nossa venda de polpa porque essa é uma exigência do comércio. Sempre que vamos fazer as vendas, os comerciantes nos pedem este selo. Estou com muita esperança que nosso negócio vai melhorar”, afirma Maria Josefa. Já Maria Helena Gomes, que faz parte do conselho fiscal da associação, enxerga o potencial para acesso a mais mercados, “Vai ser muito bom termos a garantia da qualidade. Hoje trabalhamos no mercado só do nosso próprio município mas, com o selo, podemos acessar os municípios vizinhos”. Ela destaca também a importância do empreendedorismo feminino no ambiente rural, “Para nós, mulheres, que somos totalmente dependentes do marido, ter sua própria renda, seu próprio dinheiro, nos deixa muito felizes”. A produtora conta que o trabalho com as polpas de frutas tem incentivado a entrada de mais mulheres na associação e que, com o selo e a ampliação de mercado, o objetivo é alcançar 50 famílias até o final do ano.
A Cargill é apoiadora dessa iniciativa e traz a diversidade como uma de suas ações dentro e fora da empresa. “A Cargill tem o compromisso de ajudar as nossas comunidades a prosperarem e acreditamos muito no impacto positivo que esse projeto pode gerar para a associação e para a comunidade onde essas mulheres estão inseridas. Além disso, estamos cada vez mais comprometidos com a causa da inclusão e diversidade. Por isso, apoiar um projeto que visa aumentar a geração de renda e empoderamento para mulheres tem um significado ainda mais forte para nós”, disse Flávia Tayama, Líder de Reponsabilidade Corporativa da Cargill no Brasil.
Flávia comentou ainda que a Cargill tem desenvolvido, em parceria com organizações locais, projetos que potencializem as vocações já existentes nas comunidades visando a sua autossustentabilidade ao final das atividades. “Esse é um bom exemplo do que temos buscado nos nossos projetos de desenvolvimento comunitário: estamos potencializando uma atividade que já é executada e, ao final, as mulheres beneficiadas estarão empoderadas e preparadas para explorarem novas oportunidades de mercado”, afirma a executiva.
Sobre o Imaflora
O Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) é uma associação civil sem fins lucrativos, criada em 1995 sob a premissa de que a melhor forma de conservar as florestas tropicais é dar a elas uma destinação econômica, associada a boas práticas de manejo e à gestão responsável dos recursos naturais. O Imaflora busca influenciar as cadeias produtivas dos produtos de origem florestal e agrícola, colaborar para a elaboração e implementação de políticas de interesse público e, finalmente, fazer a diferença nas regiões em que atua, criando modelos de uso da terra e de desenvolvimento sustentável que possam ser reproduzidos em diferentes municípios, regiões e biomas do país. Mais informações: https://www.imaflora.org
Por Israel Lipp
Imagem: Ilustração
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