
Maior evento do segmento do Norte/Nordeste e um dos cinco mais importantes do Brasil, a Feira Internacional da Agropecuária (Fenagro) – que comemora 30 anos este ano – acontece de 25/11 a 03/12 no Parque de Exposições Agropecuárias de Salvador (BA). “Além do caráter econômico, a Fenagro tem como objetivo viabilizar oportunidades de negócios e ações de fomento ao setor agropecuário. Parabenizamos a feira pela sua perenidade e importância para este que é um dos setores produtivos mais importantes do Brasil”, informa o diretor executivo da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF), Wilson Andrade.
Este ano, a ABAF participa novamente da feira com um estande – localizado na Avenida do Agronegócio, ao lado da
Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri) –, onde promove o ‘Programa Ambiente
Florestal Sustentável’ (PAFS) e divulga dados atualizados do setor florestal na Bahia. “Para se ter uma ideia, o setor de
base florestal se coloca mais uma vez em primeiro lugar no montante das exportações da Bahia. De acordo com dados
disponibilizados pela Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), a Bahia exportou U$S 6.8 bilhões em 2016. O
setor florestal teve participação de 18%, com U$S 1,2 bilhão. Na sequência, outros setores importantes como o de Química
e Petroquímica, com 13% (U$S 880 milhões); o setor de Cobre e outros Metais com 12% (U$S 816 milhões) e o de
Produtos do Agronegócio com 11,4% (U$S 780 milhões)”, informa Andrade.
Além disso, a ABAF coordena, em parceria com a indústria Brasileira de Árvores (Ibá), o workshop “Cadastro e Governança
de Terras” promovido pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e pela Receita Federal em 29/11,
das 15h às 18h, no auditório da ABCN (Associação Brasileira dos Criadores de Nelore). “Além da regularização ambiental
das propriedades, que são 750 mil na Bahia, é importante que os produtores cuidem também da regularização fundiária e
fiscal, através do novo Cadastro Nacional de Imóveis Rurais (CNIR) e do Imposto Territorial Rural (ITR). Na Bahia, a
regularização ambiental se dá através da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) que tem como braço executor o Instituto do
Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema); e a parte fundiária e fiscal através das superintendências locais do Incra e a
Receita Federal. Na oportunidade, dúvidas serão esclarecidas e orientações serão fornecidas visando o necessário
enquadramento nos conceitos do novo CNIR”, explica Andrade.
Programa Ambiente Florestal Sustentável
A ABAF lançou o PAFS no final de 2016 como ampliação do ‘Programa Fitossanitário de Controle da Lagarta Parda’ (PFCLP),
lançado em parceria com a ADAB no início de 2016, visando o monitoramento e controle da lagarta parda no Sul e
Extremo Sul da Bahia. O PAFS vem trabalhando temas relativos à educação ambiental em diversas comunidades rurais:
Uso Múltiplo da Floresta Plantada/Programa Mais Árvores Bahia; Regulamentação Ambiental das Propriedades Rurais
(Código Florestal/ CAR/ Cefir); Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (iLPF)/Plano ABC; Preservação dos Recursos
Hídricos; Prevenção e Controle de Incêndios Florestais; Controle de Gado nas Áreas de Preservação; Combate ao Carvão
Ilegal, além de manter o Programa Fitossanitário de Pragas.
Para isso foi elaborado um amplo programa de comunicação e foi montada e orientada uma equipe de três engenheiros
(agrônomos e florestais) que vem trabalhando com uma estrutura formada por veículos, equipamentos audiovisuais,
campanha publicitária e material informativo. Após intenso trabalho em quase 2 anos, o PAFS percorreu mais de 140 mil
quilômetros; realizou 130 treinamentos em 120 comunidades; instruiu e orientou mais de 5 mil produtores rurais de
frutas, eucalipto, café, entre outras culturas, da região e estudantes.
O resultado tem sido muito positivo graças às parcerias feitas com o Governo do Estado, através da Seagri e ADAB;
Sindicados Rurais da FAEB/Senar; Associação de Produtores de Café, Frutas, Pecuária; e Prefeituras, através de suas
secretarias de agricultura e meio ambiente. O coordenador técnico do PFCLP, Paulo Andrade, declarou que é importante
que novos temas relativos à educação ambiental possam ser levados para todas as comunidades da região. “Acreditamos
que a responsabilidade de uma produção rural sustentável tem que ser de todos nós. Se um produtor deixar de fazer sua
parte, de cuidar de sua propriedade e meio ambiente, o resultado não vai ser bom pra ninguém”, acrescenta Andrade.
“Esse trabalho torna-se importante em vários sentidos. Por exemplo, todos nós já estamos sentindo a falta de água em
alguns locais ou momentos. Isso se reflete também na produção agrícola que, consequentemente, afeta o preço dos
produtos que nós consumimos. Se não cuidarmos das nascentes, que precisam ser preservadas, inclusive da presença de
gado solto em áreas de preservação, este problema vai se agravar”, declara Epaminondas Junior, da ADAB.
Uso múltiplo/ Programa ‘Mais Árvores Bahia’
São várias as razões para que o eucalipto possa ser indicado como alternativa de oferta de madeira para inúmeros usos.
Numa mesma área plantada, pode-se ter vários padrões de madeira, para várias finalidades. Em geral, são feitos desbastes
periódicos, acompanhando o desenvolvimento da floresta. Tudo isso ajuda a criar alternativas para harmonizar a produção
florestal rentável com a conservação ambiental.
O principal mercado dessa madeira são as empresas que a transformam em papel e celulose; carvão vegetal e painéis. Mas
seu uso também é observado em muitas outras áreas, como em carpintaria e marcenaria (móveis, portas, janelas,
esquadrias, pisos, peças estruturais e revestimentos) e também em energia – já existem projetos de energia gerada a
partir de biomassa de eucalipto e de termelétrica movida a cavaco de eucalipto, por exemplo.
Para ajudar a desenvolver esse mercado, a ABAF vem trabalhando com o programa ‘Mais Árvores Bahia’ que busca
incentivar o pequeno e médio produtor a investir no plantio, manejo e processamento da madeira de florestas comerciais
para uso múltiplo. O programa trabalha, ao mesmo tempo, com os três vértices: produtores de madeira; compradores e
processadores de madeira; e consumidores finais (através das revendas de madeira, indústrias de móveis e construção
civil). Com isso, visa atender também a demanda por móveis, peças e partes de madeira para construção civil na Bahia –
hoje atendida, na sua maior parte, por outros estados brasileiros.
A ABAF – A indústria de base florestal usa a madeira como matéria-prima, com destaque para a produção de celulose,
celulose solúvel, papel, ferro liga, madeira tratada, carvão vegetal e lenha para o processamento de grãos. A madeira
utilizada é plantada e é matéria-prima renovável, reciclável e amigável ao meio ambiente, à biodiversidade e à vida
humana. A ABAF representa as empresas de base florestal do estado, assim como os seus fornecedores, e tem como meta
primeira contribuir para que o setor se desenvolva sobre bases sustentáveis. Atualmente tem como associados: Aepes,
Aiba, Aspex, Assosil, BSC, Caravelas Florestas, ERB, Ferbasa, Fibria, Floryl, JSL, Komatsu, Papaiz, Ponsse, Proden, Sineflor,
Stora Enso, Suzano, Veracel e 2Tree.
Para mais informações: site (abaf.org.br) e nos canais ABAF no Facebook, YouTube, SoundCloud e Issuu.
Por Yara Vasku-Abaf
Imagem: YouTube