Ao contrário do que propaga muitas vezes o senso comum, o reflorestamento não concorre com florestas nativas. Ajuda a diminuir a pressão sobre elas.
Hoje, a maior reserva florestal nativa no Brasil é, sem dúvida, a amazônica com cerca de 10 mil espécies arbóreas. No mundo há aproximadamente 30 mil. “Desse total, somente entre 600 e 800 espécies têm valor comercial, uma eventual exploração das demais não teria viabilidade econômica”, explica Ennio Lepage, especialista e consultor técnico da Montana Química S.A.
Segundo Lepage alguns valores são adotados pela indústria florestal-madeireira para definir o que é viável. “Uma das pré-condições imprescindíveis é que haja no mínimo 10 metros cúbicos de madeira por hectare. Abaixo desta marca qualquer projeto de exploração torna-se inviável.”
Mas além do critério meramente econômico, o ambiental vem ganhando cada vez mais relevância na atualidade, abrindo espaço para o reflorestamento. “Florestas plantadas passaram a ser incentivadas no Brasil, a partir de 1965, por legislação federal que instituiu incentivos fiscais para a nova modalidade de cultivo. Ocorreu um súbito aumento no plantio florestal brasileiro. Do plantio ao início efetivo da colheita madeireira são necessários uns 10 anos, depois disso vem a maturidade e o giro da produção florestal. Nesta fase o incentivo fiscal acabou.”
A história das florestas plantadas no Brasil estava apenas começando, pois hoje elas somam aproximadamente oito milhões de hectares. “São cerca de cinco milhões de eucaliptos e 3,5 milhões de pinus. O Brasil detém a quarta maior área reflorestada no mundo atrás apenas da Rússia, Estados Unidos e China”, informa Lepage. “Mas temos no clima uma vantagem comparativa. Com sol o ano todo, o crescimento e a produtividade das espécies são muito maiores. Também temos uma silvicultura bastante desenvolvida no País.”
Florestas plantadas facilitam o acesso à madeira de qualidade com menor custo, o que ajuda a diminuir a pressão sobre florestas nativas. “A quantidade de madeira de reflorestamento disponível o País é grande, o que eleva a necessidade de tecnologia adequada de preservação para aumentar a durabilidade e tornar esse recurso natural efetivamente sustentável. Para dar uma ideia, um mourão sem tratamento em uso dura aproximadamente dois anos, produzido com madeira tratada de acordo com a norma técnica, sua vida útil passa dos 30 anos. Este desempenho tem reflexos no ciclo de vida do produto, tornando a madeira tratada um material altamente sustentável nas mais diversas aplicações.”
Por Comunicação
Imagem: Tecnologia e floresta