ONG reforça a importância do manejo florestal responsável no dia Mundial do Meio Ambiente
Hoje, 5 de junho, comemora-se o Dia Mundial do Meio Ambiente. Ótima data para refletir, já que nem tudo, infelizmente, são flores. O nível de desmatamento aumentou 73% na Amazônia brasileira entre 2012 e 2018, revertendo um esforço bem-sucedido de quase uma década para brecá-lo. Mudanças na legislação em pauta atualmente podem agravar esse cenário.
Somos o país com a maior floresta tropical do mundo. Só a Amazônia, sem contar nossos outros biomas igualmente ricos, possui cerca de dois milhões de quilômetros quadrados. O combate ao desmatamento e a promoção de iniciativas de reflorestamento em larga escala, visando aumentar o armazenamento de carbono na biosfera terrestre são estratégias essenciais para evitar o agravamento das mudanças climáticas.
A chave para o desenvolvimento sustentável chama-se “manejo florestal responsável” e não é nenhuma novidade. Há 25 anos o FSC surgiu, justamente, para promovê-lo, mostrando que o uso responsável dos recursos naturais é possível. Apesar dos tristes números de desmatamento, já são inúmeros os exemplos de sucesso nessa área. O que falta é incentivo – do governo e do próprio mercado consumidor – para ampliar a escala dessas boas práticas. “Precisamos aprender a olhar os nossos recursos naturais de maneira responsável. Pensar nas gerações futuras. Desenvolver e aplicar formas que promovam o desenvolvimento sustentável de territórios com o mínimo impacto possível”, diz Aline Tristão, diretora executiva do FSC Brasil.
É sabido que não há mais necessidade de desmatar no Brasil, havendo muitas áreas degradadas que podem ser aproveitas para a produção agrícola e pecuária, por exemplo. E é sempre bom lembrar que os serviços ambientais prestados pelas florestas – aliados a projetos agropecuários que têm compromisso com a sustentabilidade, são responsáveis, inclusive, pelo alimento que está no nosso prato – e no prato dos estrangeiros também, já que o país está entre os maiores exportadores de grãos e carne do mundo.
A floresta produtiva, portanto, é vital. “O manejo florestal responsável busca a conservação da biodiversidade e a sustentabilidade de uma área específica, em benefício da população local, do empresário e da sociedade como um todo”, reforça Aline. “É o que nós definimos como ambientalmente adequado, socialmente justo e economicamente viável”, completa.
Um estudo encomendado pela Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura em 2016 quis entender qual seria o impacto econômico se a área florestal manejada fosse aumentada em 10 vezes. O resultado é surpreendente:
- Aumento de R$ 3,3 bilhões no PIB brasileiro (considerando a produção florestal e a parte fabril da fabricação de produtos de madeira);
- Arrecadação de impostos da ordem de R$ 250 milhões, para ambos os setores econômicos agregados;
- Um impacto positivo superior a R$ 85 milhões, para ambos os setores econômicos agregados;
- Cerca de 170 mil empregos diretos e indiretos gerados entre 2016-30;
- Um valor da produção em 2030 (21 milhões de m3) equivalente a R$ 6,3 bilhões (valores de 2015).
Em tempos de economia em crise, as estratégias deveriam incorporar inovações, mudanças e propostas de desenvolvimento que tenham impactos social e ambiental concretos, como o manejo florestal certificado pelo FSC. E é por meio das nossas escolhas diárias, seja como consumidores, empresários ou legisladores, que a transformação vai se dar. Cada um de nós tem algo a fazer para construir um mundo mais sustentável e melhor.
Sobre o FSC Brasil
É uma organização independente, não governamental, sem fins lucrativos, que promove o manejo florestal responsável ao redor do mundo desde 1994. Com sede na Alemanha, está presente em mais de 80 países. O FSC é o sistema de certificação florestal de maior credibilidade internacional e o único que incorpora, de forma igualitária, os interesses de grupos sociais, ambientais e econômicos.
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Por Camila Rodrigues – GWA
Imagens: Divulgação