A crise climática não se resolverá sem o manejo florestal responsável e o FSC espera ampliar seu papel junto aos formuladores de políticas públicas, investidores e gestores florestais
Em 1994, o Conselho de Manejo Florestal (Forest Stewardship Council – FSC, na sigla em inglês) abriu seu primeiro escritório em Oaxaca, no México e, em 2003, mudou sua sede para Bonn, Alemanha. Hoje, portanto, o FSC comemora 25 anos promovendo o manejo florestal responsável. Criado como resposta às preocupações sobre o desmatamento global e o destino das florestas, o FSC é hoje uma organização reconhecida mundialmente, com mais de 350 colaboradores em 50 escritórios espalhados pelos cinco continentes.
Recentemente, aqui no Brasil, o aumento das queimadas na Amazônia recolocou, como há tempos não acontecia, a floresta no centro dos debates. E, se houver, de fato, a intenção de conservar as matas nativas e combater as mudanças climáticas, o manejo florestal precisa ser considerado. Afinal, enquanto o desmatamento implica em perda definitiva do capital natural, de serviços ecossistêmicos e oportunidades de uso da biodiversidade, em concentração de terra, especulação imobiliária, empobrecimento de comunidades e trabalhadores, o manejo florestal é uma das principais ferramentas econômicas de desenvolvimento sustentável.
“Crescemos e nos tornamos uma das soluções mais confiáveis do mundo para o manejo florestal sustentável. No entanto, questões como a crise climática e a diminuição da biodiversidade nas florestas estão se tornando mais prementes, e o FSC está mais comprometido do que nunca em oferecer novos caminhos para esses desafios”, diz Kim Carstensen, diretor geral do FSC Internacional.
Em todo o mundo, cerca de 200 milhões de hectares de florestas são certificadas pelo FSC. Atualmente, o Brasil ocupa o 6º lugar no ranking total do sistema, com mais de sete milhões de hectares certificados. A estrutura de tomada de decisões baseada na participação equilibrada de seus membros, divididos entre as câmaras ambiental, econômica e social, é a única que consegue definir o que é, efetivamente, um manejo florestal responsável, conciliando diferentes visões e necessidades. “Essa é a essência do FSC”, disse Carstensen.
Ao longo dos anos, muitas inovações do FSC influenciaram bastante a maneira como as florestas são manejadas. E essa influência vai além das áreas certificadas. O próprio Carstensen cita dois exemplos:
- O FSC ajudou a desenvolver o conceito de florestas de alto valor de conservação, que muitos atores agora usam, mesmo fora do setor florestal. Esse conceito tem um impacto positivo na proteção ambiental e nos benefícios sociais em várias áreas, como por exemplo, naquelas utilizadas para produção de commodities agrícolas.
- Madeira controlada:o padrão FSC de madeira de baixo risco, controlada, mas não certificada, agora está mais sólido, o que permite que o FSC possa usá-lo como trampolim para a certificação.
Carstensen também comenta os estudos que mostram que trabalhadores e comunidades locais têm padrões de vida melhores em florestas certificadas pelo FSC; e outros que revelam melhores desempenhos em termos de proteção de espécies e de ecossistemas vulneráveis, gerenciamento de bacias hidrográficas, etc.
Para o futuro, o FSC planeja continuar melhorando o acesso à certificação para pequenos produtores e comunidades, e expandir ainda mais a quantidade de área certificada em florestas tropicais. Além disso, busca ampliar o uso de tecnologias para fortalecer a integridade de sua cadeia de suprimentos. Hoje, inclusive, são mais de 33 mil certificados de cadeia de custódia em todo o mundo.
O FSC também tem trabalhado para modernizar e inovar em outras esferas, a fim de garantir que a certificação seja reconhecida e usada como uma solução para documentar o desempenho climático de uma área de manejo florestal responsável. A criação do procedimento de serviços ecossistêmicos é um exemplo disso. E uma associação de produtores de açaí do Amapá, no arquipélago do Bailique, é prova de que é possível produzir sem destruir, adicionando valor à floresta em pé. Além de ter o único açaizal certificado e a primeira certificação de cadeia de custódia para o produto açaí do mundo, eles foram os primeiros do Brasil a receber a certificação FSC para manutenção dos estoques de carbono e proteção à biodiversidade.
E, assim, o FSC estabelece as bases para os próximos anos de #FlorestasParaTodosParaSempre através de uma melhoria contínua do manejo responsável das florestas do mundo.
Sobre o FSC Brasil
É uma organização independente, não governamental, sem fins lucrativos, que promove o manejo florestal responsável ao redor do mundo desde 1994. Com sede na Alemanha, está presente em mais de 80 países. O FSC é o sistema de certificação florestal de maior credibilidade internacional e o único que incorpora, de forma igualitária, os interesses de grupos sociais, ambientais e econômicos.
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Por Camila Carvas – GWA
Imagem: Divulgação