* por Marcus Granadeiro
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Neste ano de 2024, prevemos um crescimento significativo na adoção de processos de digitalização nas atividades de supervisão e gerenciamento. Em termos normativos, temos duas excelentes ocorrências: o vencimento da segunda fase da implantação de BIM do Decreto n° 10.306 de 2 de abril de 2020, que estabelece a utilização do Building Information Modelling a partir de 2024 na execução direta ou indireta de projetos de engenharia e arquitetura, assim como no gerenciamento de obras, abrangendo a orçamentação, a planificação e o controle das execuções, além da atualização do modelo e de suas informações quando construído (as built). A segunda ocorrência é a publicação da norma ISO para a versão 4.3 do padrão IFC, incorporando elementos para a maioria das obras de infraestrutura.
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Sob o ponto de vista da tecnologia, haverá um grande avanço em termos de integração, digitalização e processos. A integração deve ser catalisada com o avanço dos padrões abertos, promovendo uma adaptação entre as aplicações por meio da independência dos dados em relação a elas. Com os dados podendo migrar entre as tecnologias, é possível agregar mais profissionais, aplicações e soluções, sendo este o cenário básico para projetos de maior porte e para as estratégias de cidades inteligentes.
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Novidades como IDS (padrão para definição de requisitos) e conceito de passaporte de produtos, que é uma espécie de dicionário de dados dos elementos BIM, devem ser disseminadas, permitindo integrações e digitalizações inovadoras ao longo de 2024.
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Os dados ganharão destaque, enquanto a modelagem BIM deve avançar além dos elementos gráficos, reforçando o que vem sendo chamado de “data-driven”, sendo essa tendência um dos objetivos de programas considerados modelos, como o programa inglês de fomento ao BIM.
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Indo mais a fundo neste conceito, é possível citar a abordagem Data-Centric, que busca a convergência de dados provenientes de diversas fontes e sistemas, construindo uma visão coesa e holística. Ao adotar esse conceito, as empresas envolvidas com o BIM têm a oportunidade de aprimorar suas práticas, reconhecendo o valor crítico dos dados em todos os estágios do ciclo de vida de um projeto de construção.
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Uma consequência desse movimento é a obtenção de um foco maior em processos. Isso significa que uma simples coleta de dados de obra, sem a associação com o workflow para garantir sua qualidade, ou elementos como GPS para apoiar a conformidade da coleta, trarão risco à produção do modelo. Este deve ser o tema mais complexo de ser abordado, pois trata-se de processos em uso e arraigados na cultura das empresas, ou seja, fatalmente será o maior desafio.
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Somado a esse cenário, as nuvens de pontos poderão ser um game changer dentro deste movimento, principalmente se associadas com tecnologias de Inteligência Artificial e Realidade Virtual. Nos últimos anos, o foco foi no aprendizado da aquisição destas nuvens, que eram normalmente utilizadas para levantamento dos ativos para projetos de retrofit ou como ferramenta para produção de as built.
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Em 2024 veremos o avanço do uso na supervisão e no gerenciamento, com os algoritmos de Inteligência Artificial apoiando no controle qualitativo e a comparação com BIM no avanço físico. Os recursos de Realidade Virtual serão muito úteis para uma imersão no ativo e na construção, até mesmo como uma documentação viva do avanço, trazendo uma tendência em que as fotos bidimensionais e os relatórios descritivos se tornarão coisas do passado.
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Diante dessa realidade, podemos escolher se olhamos o copo como meio vazio ou meio cheio. Com o cenário complexo em que estamos vivemos e com todas estas possibilidades, é possível afirmar que nunca tivemos uma janela tão clara para a disrupção, assim como para novos players e, como consequência, o crescimento deste mercado.
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Porém, para alcançarmos esse oásis do setor de Engenharia, é preciso apostar em novas tecnologias, na digitalização e na consagrada Transformação Digital. E quando falamos em inovação, precisamos ter em mente que os investimentos em recursos tecnológicos requerem a mudança do modus operandi anterior, alterando os processos e os entregáveis. Uma cultura de mudança precisa ser estabelecida para que os investimentos em inovação façam sentido.
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E na soma de tudo isso, não podemos esquecer do ESG (do inglês Environmental, Social and Governance), que passou a ser uma imposição do mercado e trazem na esteira práticas importantes, mas que requerem o investimento em tecnologia.
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No final do dia, o movimento correto de digitalização deve envolver um pensamento estratégico e ter como premissa a definição dos objetivos do negócio com uma lista de propósitos a serem alcançados.
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Sobre o Construtivo
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O Construtivo é uma empresa de tecnologia com DNA de engenharia. Pioneira no conceito de nuvem, atende aos maiores projetos de infraestrutura do Brasil. Fundado em 2000 como uma joint venture do Grupo Santander, o Construtivo passou por um processo de MBO (Management buy-out) em 2004 e se tornou uma empresa nacional.
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Atendendo mais de 100 mil usuários e cerca de 200 clientes ativos, entre eles Norte Energia, AES, CPFL, EDP, Taesa, Alupar, CTG, Energisa, CSN, Rumo, Promon, Concremat, EGIS, Intertechne,
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O Construtivo tem como carro-chefe a plataforma Colaborativo, ofertada na modalidade de serviços (SaaS) e que é a base para uma solução de integração para os processos BIM.
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Combinada a outras tecnologias oferecidas pelo Construtivo, a Colaborativo e o BIM levam transformação digital ao setor, que pode aproveitar o know-how de mais de 23 anos da empresa em CAD e o pioneirismo na modelagem das informações da construção.
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Referência em gerenciamento de processos com especialização em engenharia civil, a empresa atende áreas como energia, transporte, saneamento, ferrovia, administração pública, manutenção, entre outras.
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Legenda imagem principal: *Marcus Granadeiro é engenheiro civil formado pela Escola Politécnica da USP, sócio-diretor do Construtivo, empresa de tecnologia com DNA de engenharia, membro do RICS – Royal Institution of Chartered Surveyors (MRICS) e certificado em Transformação Digital pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
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By Luísa Eller | IMAGE
Imagem: Divulgação
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