PREVISÃO POSITIVA DO EX- ECONOMISTA CHEFE DA FEBRABAN FOI APRESENTADA NO CONGRESSO MOVERGS
“O Brasil vai crescer! Mas muito menos do que poderia”! Com essa afirmação, o doutor em economia pela Universidade de São Paulo – USP e ex- economista chefe da Federação Brasileira de Bancos – Febraban, Roberto Luis Troster, iniciou a palestra “Uma Visão do Cenário Econômico Nacional e Internacional – 2018 – 2022”, no 27º Congresso MOVERGS.
Com fala leve e bem-humorada, o experiente economista falou sobre os grandes e históricos problemas do País. “O cenário e o equilíbrio externo comercial estão estáveis, a inflação está resolvida e a questão fiscal equacionada. Mas, ainda assim, estamos crescendo pouco”, disse.
Troster apresentou dados sobre os índices de crescimento do Brasil, como PIB, exportações, balanço de pagamentos, taxa de câmbio, contas públicas, dívida bruta, ouro IPCA, SELIC, entre outros, considerando aspectos como globalização, tecnologia e a introdução de camadas mais baixas no processo produtivo. “Isso nos faz acreditar que vamos crescer mais nos próximos anos”.
Para o economista, o cenário externo não poderia ser melhor. O risco é baixo, as bolsas de valores do mundo estão subindo e, de maneira geral, os investidores estão positivos com relação ao futuro. “A taxa de juros internacional está subindo, mas muito aquém do patamar histórico que é de 5% a 6%, com isso projeta-se que para daqui, aproximadamente, três anos, vá estar em torno de 3%. Há recursos de investidores internacionais no mercado externo. O preço das commodities está acima do patamar histórico. Ou seja, estabilidade, otimismo, juros baixos e o preço das commodities formam um bom cenário para o Brasil”.
Durante sua explanação, Troster analisou a questão histórica e econômica de países como a China, Estados Unidos, Rússia, Argentina e também da União Europeia.
Ao longo da sua apresentação, fez uma crítica a reforma tributária brasileira, destacando que ela é urgente. “Depende da vontade política”, e reforçou: “Não faz sentindo ter uma legislação tributária em cada estado, em cada cidade – ISS, PIS, Confins, IPI, ICMS –, seria fundamental fazer uma uniformização e racionalização. Só isso daria um ganho de produtividade e de eficiência para todas as empresas”.
Quando questionado se a expectativa de crescimento do País se manterá mesmo que ocorram novas mudanças na liderança do Brasil, Troster foi enfático: “A previsão se mantém e pode até melhorar. Mais do que quem está na liderança, é qual a estratégia e qual a política econômica a ser adotada. Com alguns ajustes podemos crescer mais. É fato que a crise política derruba expectativas, mas, de maneira geral, está tudo dando certo para o País começar a voltar a crescer, e crescer rápido”.
Com relação a cadeia de madeira e móveis, o economista disse estar entusiasmado. “O setor moveleiro está na direção certa. Eu diria: compre ações do setor”, recomendou.
Traçando cenários positivos para o Brasil até 2022, Troster apontou um crescimento de 3% a.a. a partir de 2018. “Em 2022 estaremos 15% melhor. Podemos fazer mais. Se fizermos a lição de casa bem-feita”, finalizou.
Por Movergs
Imagem: Divulgação