Parceria vai quantificar o etanol em álcool gel e líquido por meio de espectroscopia NIRS
O projeto Aplicação da Técnica Espectroscópica NIRS na Quantificação de Etanol em Álcool Gel e Líquido, desenvolvido pelo Instituto de Química da Universidade de Brasília (UnB) em parceria com o Laboratório de Produtos Florestais (LPF) do Serviço Florestal Brasileiro foi classificado entre os primeiros colocados na Chamada Prospectiva de Propostas de Projetos e Ações de Pesquisa, Inovação e Extensão para o combate à COVID-19. Essa iniciativa foi direcionada para toda a comunidade da UnB.
A tecnologia NIRS para análise de materiais destaca-se das análises químicas convencionais (via úmida) por fornecer resultados em campo, pois existem aparelhos portáteis disponíveis no comércio. Assim, uma amostra desconhecida de álcool gel não necessita ser levada a um laboratório para análise, otimizando o tempo de verificação. Dessa forma, o resultado da análise é obtido em tempo real. Em menos de 1 minuto é possível estimar a quantidade de álcool no produto e se ele está formulado de acordo com as normas vigentes ou não.
O LPF trabalha, há dez anos, em parceria com o Professor do Instituto de Química da UnB, Dr. Jez W. Braga, no desenvolvimento de modelos para identificar madeiras tropicais semelhantes entre si. Dessa forma, o LPF vai participar do projeto com o conhecimento adquirido sobre a tecnologia NIRS e com o equipamento portátil, de alto custo.
A analista ambiental do LPF, Tereza Pastore, afirma que a espectrocopia NIRS pode desempenhar um papel importante na quantificação do álcool, assegurando que o produto esteja em conformidade com as normas de regulamentação.
“O Instituto de Química foi procurado no início da pandemia para produzir álcool gel para uso interno da própria UnB, devido a falta do produto no mercado. O composto químico carbopol, utilizado no processo tradicional e em falta no mercado, foi habilmente substituído por CMC (carboximetil celulose). Entretanto, devido ao estado gel do produto, o percentual de etanol não é facilmente quantificável pelas técnicas tradicionais. Por isso, quantificar esse percentual e assegurar que o produto atenda os requisitos de eficácia, neste momento de pandemia, é muito importantes para toda a comunidade que utiliza o produto”.
No total, 115 projetos contemplados foram categorizados com prioridades de 1 a 29. Segundo Tereza Pastore, “o projeto NIR para etanol teve a classificação 14 e prioridade 3, o que configura uma posição bastante provável para receber o financiamento na primeira chamada. Ademais, se for desenvolvida como se espera, essa tecnologia poderá ser aplicada após a pandemia por industrias e instituições de controle e fiscalização”.
O projeto terá um custo total de R$28 mil. No entanto, o Serviço Florestal Brasileiro não disponibilizará recursos financeiros na sua execução, somente fará a cessão parcial de um servidor e de um equipamento. Ressalta-se também que o vínculo entre o LPF e a UnB sairá fortalecido com mais essa parceria que visa melhor servir a comunidade.
Por Serviço Florestal Brasileiro
Imagem: Divulgação