Jair Rocha apresenta uma proposta de casa sustentável, com baixo custo, que pode reduzir o déficit de moradia na Amazônia brasileira – Arthur Castro
Elemento fundamental na construção de casas no interior do Amazonas, a madeira é uma matéria-prima abundante na região, mas as cidades criaram um modelo de construção baseado na alvenaria. Ser sustentável tornou-se mais caro e apesar de Manaus estar situada no meio da maior floresta do mundo, a demanda por casas de madeira ainda é menor na capital.
Na atualidade, mesmo em meio à modernidade, as casas de madeira ainda são procuradas como opção de moradia para alguns “abnegados”. Além de serem ideais para o clima da região, elas possuem um acabamento moderno, charmoso, e recebe tratamento tecnológico para aumentar sua durabilidade.
O pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) Jair Rocha apresentou uma proposta de casa madeira sustentável, ideal para o clima regional, com matéria-prima de baixo custo e com objetivo de reduzir o déficit de moradia da Amazônia brasileira.
“Esse imóvel possui 22 anos, foi construído com madeira de baixo custo e tem o intuito de contribuir para reduzir o déficit de moradia na região. A casa possui 42 metros quadrados, dois quartos, sala, cozinha, banheiro e varanda. Foram utilizados cinco tipos de madeira, massaranduba, cumarurana, mandioqueira, cupiúba e cedrinho. O tempo para ser construída é em média de oito a dez dias, com toda a instalação elétrica, hidráulica e telefônica. Uma curiosidade é que a montagem é realizada em sistema modular, ou seja, peças encaixadas sem o uso de pregos”, relatou o Jadir.
Jair Rocha é pesquisador no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) -Arthur Castro
Em contraste com essa realidade, pessoas de elevado poder aquisitivo estão cada vez mais optando por empreendimentos sustentáveis. Uma empresa do ramo revelou que uma construção pode variar entre R$ 30 mil e R$ 1 milhão. O gerente de vendas André Kiyoushi explica que uma moradia pode ser erguida em torno de 90 dias. “Em período chuvoso, levamos, em média, cinco meses para entregar uma casa. Já no período ensolarado, o tempo reduz para três meses. Trabalhamos com madeira reaproveitada, angelim ferro, jatobá, entre outras. A garantia é de 5 anos”, afirmou.
A arquiteta e urbanista Edilene Godinho, relembra que no século 19 a madeira definia as condições econômicas da população da época, principalmente pela facilidade da matéria-prima ser encontrada. “Naquela época, era mais difícil uma família de classe baixa possuir casas de alvenaria. Na atualidade, podemos ver pessoas de classes altas buscarem na madeira uma alternativa para construção, seja por uma questão de Jair Rocha é sustentabilidade quanto por critérios arquitetônicos de decoração”.
Por Bárbara Costa
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