Levantamento “Como enfrentar o momento atual”, feito pela Ancona Consultoria, aponta, também, que 73% dos empresários veem necessidade de profissionalização dos seus negócios
Entender como os pequenos e médios empreendedores estão pensando a respeito do momento atual da economia brasileira motivou a Ancona Consultoria Inteligência Estratégica, consultoria que tem mais de 20 anos de atuação na gestão de negócios, a elaborar a pesquisa “Como enfrentar o momento atual”.
O questionário, composto por 12 perguntas, foi aplicado a 160 empreendedores, proprietários de empresas de pequeno e médio porte com atuação nos mais variados segmentos. De acordo com Paulo Ancona, sócio-diretor da Ancona Consultoria, ficou claro, por meio dos resultados da pesquisa, que os empresários entendem que o momento requer mudanças e melhoria de desempenho. “Existe uma preocupação das empresas em se modernizar, se profissionalizar e até partir para processos de inovação. Por outro lado, fica claro que a maioria dos empresários não sabem exatamente o que significa um processo de inovação, que requer, muitas vezes, um investimento considerável e que carrega consigo o risco de despesas continuadas até que se chegue a soluções que, ao serem implantadas, tragam mudanças profundas na empresa, aos seus serviços ou produtos, provocando impactos sensíveis junto ao mercado e clientes”, avalia.
Ancona ainda menciona que por meio da pesquisa foi possível detectar que os processos de mudança são defendidos, mas ao olhar o cruzamento de respostas, nota-se que existe um desejo transformado em discurso. Ainda não há ações práticas, uma vez que muitas premissas para processos de mudança são colocadas como menos importantes que outros temas.“Existe a vontade, mas talvez falte às empresas entender quais os caminhos para promover uma readequação à realidade do mercado e do momento econômico”, analisa o especialista.
A pesquisa
De acordo com a pesquisa feita pela Ancona Consultoria – pela qual os respondentes poderiam escolher mais de uma resposta -, no momento atual, 58% das empresas participantes do levantamento entendem que devem investir em nichos de mercado ou produtos; 51% avaliam que é hora de reduzir custos e despesas e que é importante otimizar processos; 28% entendem que o momento pede investimento em pessoas e recursos e 24% avaliam que é hora de redirecionar o negócio.“As respostas mostram uma preocupação mais voltada ao próprio mercado e produtos, aliada a uma otimização de processos, o que deve resultar em redução de custos e despesas, enquanto outros recursos e investimento em pessoas são relegados a um plano de menor importância. Vale lembrar, entretanto, que o fato de modificar processos, significa contar com pessoas com as características adequadas à nova realidade e que isso implica, necessariamente, em investir em pessoas e recursos como ferramentas de análise de perfil e capacitação”, pondera o consultor.
Quando questionados sobre o futuro do mercado e da economia, 58% entendem que serão exigidas mudanças inovadoras pelo empresariado; 35% vão se manter como estão por mais um ou dois anos; outros 35% entendem que o cenário deve melhorar nos próximos dois anos; 26% avaliam que será necessário que as empresas se modernizem e 5% acham que o panorama deve piorar nos próximos dois anos. “É interessante que os empresários enxergam que não é mais possível manter as empresas competitivas sem implantar mudanças inovadoras. Na visão deles, isso é mais importante do que apenas modernizar e adequar processos. Diante disso, é preciso que as empresas entendam de fato o lado disruptivo da inovação e tenham a coragem de investir nela, mesmo sabendo que esses frutos podem não ser colhidos de imediato e que isso pode representar algum tempo de tentativas e despesas. O importante, para isso, é que não fiquem apenas no discurso e busquem apoio e metodologia para os novos caminhos”, afirma Ancona.
O estudo revela, ainda, que para superar o momento atual de mercado e da economia, 73% dos empresários pensam em profissionalizar mais o negócio; 28% acham que é importante se associarem a outras empresas; 12% entendem que a saída é ser vendida total ou parcialmente ou, ainda, mudar o foco do negócio e 3% apontaram a compra de concorrentes. “Esses dados são interessantes e inspiradores. Mostram que as empresas e seus comandantes se mostram dispostos a encontrar soluções que as tornem mais capacitadas. Estão conscientes de que não existem soluções mágicas, mas esforço interno e fixação de novas metas”.
Na visão de Paulo Ancona, as respostas relacionadas ao tema inovação infelizmente não podem ser encaradas com o mesmo otimismo. Isso, porque possivelmente muitas das empresas não têm consciência exata de como implantar um processo de inovação efetivo. De acordo com o levantamento, 68% dos respondentes entendem que a inovação significa criar condições práticas para a inovação; 30% sabem que a inovação pode gerar despesas e investimentos; 21% contam com perfis variados na equipe ou fazem uma seleção voltada ao perfil inovador; 7% acreditam que a inovação vem de baixo para cima.
Quando questionados sobre em que acreditam para promover um processo de “inovação”, 72% responderam sobre a necessidade de abrir a cultura da empresa para novos caminhos; 28% acham que devem contar com especialistas externos; 19% entendem que esse processo pode demorar mais do que seis meses; 18% acham que as ideias precisam partir da diretoria e 7% avaliam que devem contar somente com a colaboração da equipe interna da empresa.
Os empreendedores também foram questionados sobre o que significa “foco no cliente” para cada um deles. 56% apontaram que é ouvir os clientes de forma sistêmica; 42% acham que são indicadores comerciais de acompanhamento; 38% entendem que são processos desenhados com esse objetivo; 31% classificam como treinamentos e 19% enxergam como um lema.
Para ter conhecimento sobre os concorrentes, 70% disseram que buscam dados na internet e em campo; 23% pesquisam o mercado com metodologia definida ou possuem equipe própria para analisar o mercado; 12% contratam terceiros para a atividade e 8% contam com banco de dados próprio.
Quanto ao compartilhamento de conhecimento dentro da empresa, 54% disseram fazer de maneira informal; 47% contaram que realizam reuniões periódicas; 24% contam com sistemas de TI integrados; 23% o fazem via intranet e 21% por meio das mídias sociais.
Quando questionados sobre desenvolvimento de talentos na empresa, 47% mencionaram criar oportunidades para os mais talentosos e que dão espaços e chance de erro aos colaboradores; 31% disseram possuir critérios para avaliar e reconhecer um talento, 24% mantém um programa de desenvolvimento interno e 7% apoiam e financiam programas externos. “Aqui, alerto os empresários sobre a importância de conhecer o perfil das pessoas, suas competências e, a partir delas, definir um plano estratégico. Profissionais talentosos, mas desalinhados com a estratégia, não trazem os resultados esperados. A integração total de estratégias, processos, pessoas e ações é o que poderá conduzir a empresa a melhores caminhos. Ações isoladas não têm força para mover uma empresa”, explica o especialista.
A Ancona Consultoria também buscou entender o que significa ser “líder” para essas empresas. Neste ponto, 63% disseram que líderes são colaboradores que possuem capacidade e autoridade para definir e entregar resultados; 44% mencionaram que são colaboradores responsáveis por ações; 30% apontaram que são pessoas de confiança; 21% indicam que são colaboradores com alto potencial e 7% afirmaram que são chefias com certa autoridade.
E, por fim, a pesquisa também quis saber como cada empresa define sua cultura. 47% disseram ter cultura empreendedora; 16% mencionaram ter cultura centralizadora; outros 16% afirmaram que tem cultura inovadora; 12% são conservadores e 8% se definiram como controladores. Paulo Ancona avalia que o mínimo que uma empresa deve ter é uma cultura empreendedora, pois essa é a razão de sua existência. “É preciso, no entanto, atentar para o fato de que esse empreendedorismo precisa vir acompanhado de planejamento e estratégias adequadas, além de processos integrados e pessoal capacitado que lidere e gerencie a partir de indicadores de desempenho”, explica.
Ancona e o time da consultoria avaliaram os dados levantados por meio da pesquisa. Na visão deles, não se percebe pelas respostas que muitas empresas consigam se olhar como um corpo que deve estar perfeitamente integrado e em harmonia.Por outro lado, quando se fala em capacitação da empresa e suas equipes, ao mesmo tempo em que não parece que as empresas estejam investindo fortemente nisso, elas desejam líderes que consigam ter uma boa capacidade de entrega. “No todo, as respostas deixam claro que as empresas estão claramente conscientes de que é premente implantar mudanças, inovar, se profissionalizar, mas não deixam claro a forma como veem esse processo”, finaliza o executivo.
Mais sobre a Ancona Consultoria Inteligência Estratégica – www.anconaconsultoria.com.br:
Desde 1994, a Ancona Consultoria é uma consultoria empresarial que atua como uma boutique de projetos. Comandada por Paulo Ancona, o time de especialistas cria estratégias e implementa modelos de gestão para todos os segmentos e portes de empresas. A equipe propõe ideias e soluções que respeitem, potencializem e valorizem a cultura organizacional das companhias e as práticas de sucesso já adotadas. A missão da consultoria, de acordo com Paulo Ancona, é contribuir para que as empresas conheçam e possam explorar suas múltiplas possibilidades e forças por meio da integração de táticas, processos e pessoas.
Por Vivian | Scaramella Press
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