O objetivo do CFC é apoiar projetos em commodities que ajudem a criar emprego, aumentar a renda familiar, reduzir a pobreza e melhorar a segurança alimentar, para que os benefícios atinjam a todos da cadeia produtiva nas regiões mais carentes dos países membros
Quatro novos projeto baianos foram apresentados no último edital (encerrado em 15/4) do Fundo Comum de Commodities (CFC) da Organização das Nações Unidas (ONU), com orientação e definições previstas no Conselho Consultivo (CC) que é presidido pelo empresário e economista Wilson Andrade. De acordo com Andrade, os projetos são de seringa (no Sul da Bahia), sisal (em Valente) e dois no Oeste, um de quinoa e outro florestal.
Estas propostas, dentre outras de todo o mundo, serão julgadas pelo CC na primeira semana de julho/20 e novo edital será aberto em agosto com validade até 15/10 para receber propostas as quais serão julgadas pelo CC na última semana de janeiro 2021. A nova chamada de propostas será publicada no site do CFC: www.common-fund.org.
Nos últimos 12 meses foram aprovados três projetos para a Bahia: um de limão em Pojuca, outro de cogumelos em Vitória da Conquista – cada um com US$ 1,5 milhão – e um projeto da cooperativa de umbu de Uauá no valor de US$ 150 mil. “A Bahia e o Brasil precisam se internacionalizar mais e este esforço tem que ser conjunto entre o Governo e a iniciativa privada. E não apenas pela possibilidade de financiamento do Fundo, mas pelas oportunidades com outras fontes da ONU e de países-membros. Podemos levar a possíveis interessados as demandas do nosso agronegócio – o setor que mais ajuda o Brasil a crescer”, disse Andrade.
Andrade explica que são dois editais por ano e podem participar: empresas (pequenas, médias e grandes), agências de desenvolvimento, fundos de financiamento agropecuário, cooperativas, associações de produtores, consórcios de empresas, instituições de desenvolvimento econômico, startup etc. São três modalidades principias de apoio: empréstimo de US$ 309 mil até US$ 2 milhões, com prazo até 5 anos e carência de até 2 anos; participação acionária de US$ 300 mil a US$ 2 milhões; e apoio para novos projetos de até US$ 120 mil que podem ser por empréstimo normal ou mesmo recursos não reembolsável.
A cada edital, semestralmente são cerca de 60 projetos de todo o mundo buscando recursos. “Conhecer este projetos é uma excelente oportunidade para o gestor conhecer as demandas e oportunidades do agronegócio de todos o mundo e cooperar com o que aconteceu no Brasil”, explica Andrade.
O CFC é formado por 104 países-membros com a missão de apoiar o desenvolvimento econômico, social e ambiental, através de incentivos a commodities em todo o mundo. O CC é composto por nove especialistas eleitos pelos países-membros e tem a função de definir prioridades para o Fundo, analisar, aprovar e acompanhar projetos que lhe são apresentados.
Eleição – Andrade foi eleito presidente, para os anos 2019 e 2020, do Conselho Consultivo do CFC numa eleição (unânime) que aconteceu durante a reunião realizada na semana de 28 e 31/01/2019. Anteriormente, Andrade foi indicado como conselheiro do CC em 2017/2018. Após dois anos de contribuição efetiva foi reeleito e, neste período, Andrade analisou e votou por 28 projetos apresentados ao CFC, no montante total de investimento de US$ 237 milhões, dos quais US$ 30 milhões financiados pelo CFC. Dos 28 projetos analisados pelo brasileiro, foram: 14 da África, 6 da Ásia, 1 da Europa e 7 da América do Sul, dentre eles um projeto de citricultura na Bahia que contratou apoio do CFC no montante de US$ 1,5 milhão em empréstimos.
Seu nome pra o Conselho foi uma indicação do Ministério da Agricultura (MAPA) e suas Câmaras Setoriais de Fibras Naturais e de Florestas Plantadas, Ministério das Relações Exteriores (MRE), Frente Parlamentar da Agricultura, Embaixada do Brasil na Holanda, Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), Associações Estaduais Florestais, Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Associação Brasileira do Agronegócio (Abag); além das entidades baianas, como a Federação das Indústrias da Bahia (Fieb), Associação Comercial da Bahia (ACB), Secretaria de Agricultura da Bahia (Seagri), Sindicato das Indústrias de Fibras Vegetais da Bahia (Sindifibras) e Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF).
WILSON ANDRADE – Diretor Executivo da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF) que congrega empresas produtoras de celulose, papel, mineração, energia, móveis e outras que utilizam madeira de florestas plantadas. Opera com atividades de trading, investimentos em geral e consultoria nas áreas de recuperação de empresas e implantação de projetos pioneiros para a iniciativa privada e organizações governamentais. É representante da FIEB na Coalisão Empresarial Brasileira (CEB) que acompanha junto ao Governo Federal os acordos internacionais brasileiros, sejam eles bilaterais ou multilaterais. É professor de Economia Internacional, Comércio Exterior e tem colaborado em outras entidades internacionais: Presidente do Conselho Consultivo (CC) do Fundo Comum de Commodities (CFC) das Nações Unidas para o período de 2019/2020 (é membro do Conselho desde 2017); Presidente e fundador da organização mundial de fibras naturais (International Natural Fibres Organization – INFO) que reúne 16 países produtores de fibras naturais (sisal, juta, coco, abaca e kenaf) com atuação junto a organismos internacionais; Presidiu o Intergovernamental Group on Hard Fibers (IGGHF/FAO/ONU) em várias reuniões das 22 que participou, desde 1972, representando o governo brasileiro como Delegado. O grupo é composto por países produtores e consumidores de fibras naturais.
Por Yara Vasku_Abaf
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