A situação dos gafanhotos vem sendo monitorada oficialmente pelo Brasil desde o dia 19 de junho, após o relato oficial pelo governo argentino. No dia 24 de junho, foi publicada a portaria nº 201, que declarou emergência fitossanitária em áreas produtivas dos Estados de Rio Grande do Sul (RS) e Santa Catarina (SC). A partir dessa Portaria, foi criado um grupo de trabalho para elaboração de um plano de combate aos gafanhotos, pioneiro no Brasil. Este plano contempla medidas de ações para este momento, mas, servirá também como embasamento para situações futuras envolvendo surtos desse inseto. Em outros países, onde os surtos ocorrem com maior frequência, este plano já existe, como é o caso da Argentina.
A espécie de gafanhoto que ocorre atualmente é Schistocerca cancellata, que em condições favoráveis pode se dispersar por até 150 km por dia. A movimentação das nuvens de gafanhotos é condicionada, principalmente, pela presença de correntes de vento e por temperaturas superiores à 15°C.
Para discutir e trabalhar no plano de combate, o SINDAG (Sindicato da Aviação Agrícola) tem atuado ativamente, contando com a chancela e apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Dentro deste grupo participam diversas instituições da agricultura, incluindo as secretarias de defesa agropecuária, representantes de classe, iniciativa privada e pesquisadores. O IPEF é um dos participantes, através do seu programa cooperativo sobre proteção florestal (PROTEF), bem como de algumas de suas empresas filiadas, em especial, aquelas que possuem área próxima aos possíveis locais de ingresso dos insetos.
Nestas duas últimas semanas, o foco dos trabalhos foi a redação do plano de combate, para o qual o PROTEF contribuiu, enviando informações técnicas sobre os cultivos florestais, métodos de controle registrados, dentre outros, que serviram como embasamento para criação do plano.
É importante ressaltar que o plano de combate está baseado na experiência de outros países, contando com a robustez de informações científicas e seguindo todas as recomendações da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) quanto ao manejo de surtos de gafanhotos. O plano de combate construído pelo grupo foi enviado ao MAPA para apreciação, e posterior publicação.
No momento, as instituições brasileiras e argentinas seguem em contato para mapear a dispersão desta nuvem, com as secretarias estaduais do RS e SC monitorando os pontos de possível ingresso dos gafanhotos no país.
Todos os desdobramentos a atualizações deste tema têm sido comunicados, diretamente e em primeira mão, aos representantes das empresas que participam do sistema IPEF e, em especial, do PROTEF.
Por Rogério Oliveira Naressi
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