Duzentos estudantes de arquitetura projetaram e construíram esse pavilhão de madeira para eventos abaixo de um viaduto em Zurique, na Suíça. O projeto faz parte de uma oficina de verão da École polytechnique fédérale de Lausanne (EPFL).
A estrutura de 240 metros foi construída em menos de dez dias, é feita basicamente de madeira e conta com arquibancadas, compartimentos de armazenamento, escadas, placas de projeção e um sistema de acústica que abafa o barulho dos trens que passam sobre o viaduto.
O projeto nasceu sob a direção de Dieter Dietz e Daniel Zamarbide e em torno do conceito de design e construção colaborativos. É também uma reflexão sobre o processo criativo. “Fazer os alunos descobrirem a totalidade do processo arquitetônico é uma das nossas principais motivações”, disseram os diretores ao Dezeen. “Eles têm que aprender os conceitos básicos de criação de projetos, mas também negociar continuamente com os muitos aspectos envolvidos na arquitetura: recursos, transporte, custos e, principalmente, trabalhar em grupo”, continuaram. Para os diretores, do ponto de vista pedagógico, a integração de todas essas pessoas e restrições dentro do processo de design é fundamental para que os alunos possam entender o peso de um projeto arquitetônico.
O projeto fica em frente à Universidade das Artes de Zurique. Juntamente com os alunos da Universidade, os estudantes de arquitetura organizaram um programa de eventos no espaço até o dia 15 de junho, incluindo dois dias completos de palestras e painéis, um concerto de música clássica, um concerto de rap e performances artísticas.
Ao examinar o processo arquitetônico como um esforço colaborativo, em oposição ao produto de um único criador, o conceito por trás do projeto é conduzido pela capacidade dos alunos de reconhecer a importância da negociação e do trabalho em conjunto. “Em um momento, uma pessoa pode ser muito valiosa simplesmente porque ele ou ela é forte, em outro momento, a capacidade de alguém para desenhar um detalhe da construção pode ser da maior importância. É um processo colaborativo que precisa dos cérebros e braços de todos os envolvidos”, disse Dietz e Zamarbide.
O projeto foi nomeado House 2 e é uma instalação itinerante. A construção foi pré-fabricada em Lausanne e transportada em seis contêineres para Zurique. Quando for desmontada, a estrutura voltará para Lausanne para ser usada em partes separadas em diversos eventos. Parte da estrutura será preservada para ser usada no projeto “House 3” pelos novos estudantes da Universidade.