Visando aprimorar a metodologia, fomentar o aumento na transparência e qualidade da gestão climática das empresas listadas brasileiras e, por fim, elevar o nível do Índice de Resiliência Climática (ICDPR70), o CDP América Latina, em parceria técnica com a Resultante ESG, anuncia nova carteira a entrar em vigor a partir do dia 3 de maio de 2021.
Foi realizada de 29 de março à 16 de abril uma consulta pública para apreciação e comentários de participantes e demais interessados em relação à proposta de alteração na regra da metodologia do Índice. Como principais resultados da consulta pública 75% dos respondentes foram a favor do aumento do rigor critério de entrada baseado na nota do CDP e 60% a favor da implementação da mudança já nessa a carteira.
Com a aprovação das propostas pela consulta pública e incorporação das recomendações do Conselho Técnico Consultivo do CDP América Latina, a principal mudança na nova carteira é a alteração na nota mínima para elegibilidade das empresas de C para B-, no questionário do CDP. Na metodologia de scoring do CDP, as empresas com nota C indicam estar em um nível de consciência da agenda climática enquanto aquelas com nota B, já se encontram no nível de gestão empresarial de questões relativas à mudança do clima.
“Reconhecer as empresas com maior nível de transparência, incentivar as melhores práticas ambientais e contribuir para a adoção de modelos de negócios sustentáveis são missões do CDP. Como provedor de informações e estudos, a instituição apoia os investidores na busca de investimentos sustentáveis e no seu engajamento com as empresas. Neste contexto, o Índice CDP de Resiliência Climática (ICDPR70) é um importante instrumento que conecta essas duas pontas. Este movimento está em linha com o estímulo às melhores práticas e evolução da agenda ambiental e, por isso, é muito bem-vindo”, afirmam Celso Funcia Lemme e Sonia Consiglio Favaretto, Presidente e Vice-Presidente do Conselho Técnico-Consultivo do CDP America Latina.
O objetivo da mudança é melhor refletir um nível mínimo de gestão das empresas sobre a agenda climática, uma vez que há urgência na tomada de ações climáticas concretas por parte do setor privado e há um crescente interesse de investidores sobre o tema. A nova carteira traz mais robustez ao Índice e sinaliza sobre o aumento da exigência do mercado quanto ao nível de gestão e integração das questões climáticas na governança, gestão de riscos, planejamento e estratégia de empresas e, por fim, em ações concretas.
“Além do aumento da robustez do Índice em si, essa mudança traz uma sinalização importante para o mercado de que é necessário ultrapassar o nível de consciência para o tema, representado pelo score C do CDP, e ter as questões climáticas efetivamente integradas em todas as esferas da gestão corporativa, para que se possa alcançar verdadeiramente a resiliência climática como economia e sociedade”, explica Rebeca Lima, Diretora-Executiva do CDP América Latina.
A prévia da carteira 2021 contém 33 empresas: B3 S.A. – Brasil, Bolsa, Balcao; Banco do Brasil S/A; Banco Bradesco S/A; Grupo BTG Pactual; Braskem S/A; Grupo CCR; Companhia Energetica Minas Gerais – CEMIG; CPFL Energia AS; Cia Paranaense de Energia – COPEL; COSAN S.A. Industria e Comercio; Duratex S/A; Ecorodovias Infraestrutura e Logistica S.A; Centrais Eletricas Brasileiras S/A (ELETROBRAS); EDP – Energias do Brasil S.A.; Gerdau S/A; Itausa S.A.; Itau Unibanco Holding S.A.; JBS S.A; Klabin S/A; Lojas Renner S.A.; Movida Participacoes As; Marfrig Global Foods S/A; MRV Engenharia e Participacoes; Natura Cosmeticos AS; Cia. Brasileira de Distribuicao (CBD) Grupo Pao de Acucar; Petroleo Brasileiro SA – Petrobras; Rumo; Banco Santander Brasil; Suzano Papel & Celulose; Tim Participacoes S.A.; Ultrapar Participacoes S/A; Vale AS; Telefônica Brasil S.A..
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A participação de empresas avaliadas com notas A e A- que, representavam 17,75% da carteira inicial em 2020, aumentou para 51,32% em 2021. E em número de empresas, houve um aumento de 100% na quantidade de empresas com nota A e 450% com nota A-.
Em relação a carteira de 2020, houve a exclusão de sete empresas e a inclusão de seis, sendo elas: Inclusões: Banco do Brasil S.A. (BBAS3), Gerdau S.A. (GGBR4), Movida Participações S.A. (MOVI3), Rumo S.A. (RAIL3), Suzano S.A. (SUZB3) e Telefônica Brasil S.A. (VIVT3). Exclusões: BRF S.A. (BRFS3), B2W – Companhia Digital. (BTOW3), Cielo S.A. (CIEL3), Fleury S.A. (FLRY3), Lojas Americanas S.A. (LAME4), Sul América S.A. (SULA11) e Via Varejo S.A. (VVAR3).
O Índice de ações quantifica o valor financeiro das organizações frente ao tema da mudança climática e mensura o desempenho dos papeis de empresas com práticas diferenciadas em gestão climática, alinhado às tendências globais e recomendações de acordos internacionais como TCFD – Task-Force for Climate-Related Financial Disclosure, força-tarefa criada pela Financial Stability Board e que facilita a divulgação de informações financeiras relacionadas ao clima por companhias de todo o mundo.
Para a construção do índice, foram observados critérios técnicos e práticos que vieram das contribuições do Conselho Técnico Consultivo do CDP América Latina, da demanda de investidores e respeitando as características do mercado de capitais brasileiro. As empresas participantes devem ser listadas na Bolsa de Valores e estar entre as 100 mais líquidas.
A proposta do Índice de Resiliência Climática (ICDPR70) se mantém, que é de incentivar o mercado a melhorar sua transparência e gestão nas informações climáticas e efetivamente mitigar os riscos e trabalhar em prol da agenda climática, reduzindo riscos e migrando para uma economia de baixo carbono.
“A agenda climática ganha espaço no debate corporativo, financeiro e regulatório. Para uma iniciativa importante como o CDP é importante acompanhar as exigências do mercado por meio do aprimoramento da metodologia do ICDPR70. O processo, que contou com a consulta a empresas e investidores, sinaliza a postura construtiva e transparente que o índice se propõe desde a sua construção”, diz Maria Eugênia Buosi, CEO da Resultante ESG.
Sobre o CDP
O CDP é uma organização internacional sem fins lucrativos que mede o impacto Ambiental de empresas e governos de todo o mundo, colocando essas informações no centro das decisões de negócios, investimentos e políticas. Em um trabalho conjunto com investidores institucionais com ativos de US $ 106 trilhões, alavancamos o poder do investidor e do comprador para motivar as empresas a divulgar e gerenciar seus impactos ambientais. Mais de 9.600 empresas com mais de 50% da capitalização de mercado global divulgaram dados ambientais por meio do CDP em 2020. Além das mais de 940 cidades, estados e regiões que também divulgaram suas ações de mitigação e adaptação climática, a plataforma do CDP é uma das fontes de informações mais ricas do mundo sobre como empresas e governos estão promovendo mudanças ambientais. Ao impulsionar forças de mercado, incluindo acionistas, clientes e governos, o CDP incentiva milhares de empresas e cidades das maiores economias do mundo a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa, preservar recursos hídricos e proteger florestas. O CDP, anteriormente Carbon Disclosure Project, é um membro fundador da We Mean Business Coalition. Visite https://cdp.net/ ou siga-nos no @CDP-LA para saber mais.
Sobre RESULTANTE
A Resultante é um escritório especializado em finanças sustentáveis e integração Ambiental, Social e de Governança (ASG) à estratégia de empresas e instituições financeiras. Os projetos desenvolvidos junto a nossos clientes têm por objetivo compreender e mitigar riscos, aproveitar oportunidades de negócio e atender à crescente regulação do tema junto às empresas e ao setor financeiro. Fundada em 2013, conta com uma equipe multidisciplinar de profissionais com atuação nas áreas de finanças e mercado de capitais, além de carreiras dedicadas à agenda das questões ambientais, sociais e de governança corporativa.
Por Camila Lopes
Imagem: Divulgação
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